Médico se nega a liberar corpo e atrasa velório
Um médico do IML de Marília teria se negado a liberar o corpo de Benedito Soares da Silva, mototaxista de 43 anos que morreu na tarde de ontem (31), depois de ter ficado internado no Hospital das Clínicas desde fevereiro, vítima de acidente de trânsito.
A queixa consta em Boletim de Ocorrência registrado na noite desta quarta-feira (31).
Familiares informaram ao plantão policial que na noite do óbito o médico afirmou que só faria o exame necroscópico hoje (1) pela manhã, quase 15 horas após o falecimento. Foi o que aconteceu.
Benedito morreu por volta das 16h40 e familiares dizem ter recebido a informação logo após o óbito de que a liberação do corpo aconteceria ainda na quarta-feira (31).
De acordo com a viúva Eliane Pereira dos Santos, 38 anos, o corpo chegou ao IML às 21h50, mas o médico, apesar de ter sido comunicado, teria dito que só realizaria o procedimento às 7h de quinta-feira (1).
“Ele é funcionário público e estava de plantão”, reclama Eliana. “O corpo ficou mais tempo com o Hospital e o IML do que com a família. Meu marido deixou uma filha de 6 anos. A sobrinha veio de Piracicaba foi embora chorando sem despedir do tio”, disse Eliane.
A reportagem do Marília Notícia tentou contato telefônico com o IML mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.
ENTERRO
A previsão de liberação do corpo após a preparação pela funerária seria por volta da hora do almoço e o féretro às 15h.
O enterro será no Cemitério das Orquídeas e o velório deve se começar no início da tarde no velório Angelus, na Zona Norte.
“Acreditamos que o enterro deva ficar para as 17h30, por conta dessa confusão”, afirma a viúva.
ACIDENTE
O acidente que levou Benedito a ser internado aconteceu na madrugada do dia 28 de fevereiro na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294). Ele foi encontrado atropelado nas margens da estrada, próximo à sinalização com o nome da cidade.
De acordo com a família, até hoje não está claro o que aconteceu. Benedito fazia uma corrida como mototáxi para Padre Nóbrega e retornava. “Então não sabemos se ele sofreu um mal súbito ou foi fechado por algum veículo”, contou um familiar.
Desde então, o mototaxista ficou internado dois meses na UTI do HC e foi transferido para o quarto. Até falecer, ele passou por pelo menos 12 procedimentos cirúrgicos.