Médico é condenado por tentar matar paciente
O Tribunal do Juri de Garça (34 quilômetros de Marília) considerou o médico Luiz Antônio Bruniera culpado da tentativa de homicídio de um paciente internado em sua clínica no ano de 1999 para ficar com a herança da vítima.
Na semana passada, o réu foi condenado a oito anos e três meses de prisão em regime fechado.
Os sete membros do júri também entenderam que houve agravante e o crime se tornou duplamente qualificado: por motivo torpe e mediante simulação.
Outros três envolvidos, acusados de falsidade ideológica, foram absolvidos.
Em Marília, constam no site do TJ (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) duas cartas precatórias criminais envolvendo o médico condenado.
O dispositivo costuma ser utilizado, por exemplo, para a oitiva de testemunhas em outras comarcas. As precatórias datam de 2003 e 2005.
SENTENÇA
A juíza Renata Lima Ribeiro Raia, que definiu a condenação com base nas decisões dos jurados, aponta em sua sentença que a vítima estava internada para tratamento especializado.
Consta na sentença que o crime foi premeditado, já que o médico “conhecia a expectativa de incremento do patrimônio da vítima pelo recebimento de herança e, via de consequência, de seu próprio, por meio do testamento lavrado em favor da clínica de que era sócio-proprietário”.
A reportagem do Marília Notícia teve acesso à sentença, mas não conseguiu falar com a juíza sobre o caso. Funcionários do Fórum de Garça informaram que ela não trabalhará essa semana.
DENÚNCIA
Consta na denúncia do Ministério Público que a vítima era paciente da clínica de propriedade do médico.
Alcoólatra e com diabete, o idoso foi internado em duas ocasiões e teria alegado que foi convencido por Bruniera a colocar a clínica como beneficiária de sua herança.
A vítima possuía lojas, apartamentos, terrenos e outros empreendimentos.
Após o episódio, teria sido interrompida a aplicação de insulina e se iniciado uma dieta que incluía doces, com o intuito de matar o idoso, como ficou entendida pelos jurados.
O paciente saiu da clínica em abril de 2000 e viveu mais sete anos. Em 2007, faleceu de infarto.