Preso em Vera Cruz, empresário operava no setor de aviação agrícola

A Polícia Federal confirmou que um empresário e produtor rural de Vera Cruz, que atua no setor de aviação agrícola, foi o único alvo de prisão temporária na Operação Red Flag, deflagrada nesta quinta-feira (23) em quatro estados.
O balanço final da ação aponta nove prisões — sendo oito preventivas e uma em flagrante — além da apreensão de 20 aeronaves e grandes quantidades de armas e munições.
O empresário, cujo nome não foi divulgado oficialmente, mantém negócios voltados à pulverização aérea, com atuação regional. A empresa dele responde a processos federais de execução por multas e sanções aplicadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), relacionadas a operações irregulares.
Também há execuções por infrações ambientais, conforme o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Segundo a Polícia Federal, a prisão do empresário ocorreu em cumprimento a mandado judicial de prisão temporária, com prazo determinado e possibilidade de prorrogação conforme o avanço das investigações.
O mandado foi executado durante buscas em Vera Cruz e Garça, onde agentes da PF recolheram documentos e equipamentos vinculados à atividade aérea. Os locais teriam conexão com as operações investigadas.
Operação interestadual
Deflagrada pela Superintendência da PF em Araçatuba, a Operação Red Flag mirou uma organização criminosa especializada no transporte aéreo de cocaína.
No total, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e nove de prisão, em cidades dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Entre os presos preventivos estão pilotos e empresários do setor de aviação agrícola de Birigui, Araçatuba e do Paraná, além de um suspeito que já se encontrava preso. Um outro investigado segue foragido.

Estrutura milionária
As investigações apontam que o grupo movimentava altas quantias de dinheiro, com núcleos especializados em logística aérea, transporte terrestre e lavagem de capitais. As aeronaves apreendidas eram adaptadas em hangares no interior paulista e utilizadas no transporte de grandes volumes de cocaína para diferentes estados.
De acordo com a PF, em uma das ações monitoradas no fim de 2024, o grupo chegou a transportar quase uma tonelada da droga em aviões modificados. As movimentações financeiras rastreadas superam R$ 160 milhões, com uso de empresas e contas bancárias em nome de laranjas.
A ofensiva resultou na apreensão de 20 aeronaves, 24 veículos, 17 armas, 1.747 munições, US$ 93 mil e R$ 12,9 mil em espécie. Também foram recolhidos joias, celulares, notebooks, mídias e documentos.
O preso de Vera Cruz e os demais detidos passaram por audiência de custódia e seguem à disposição da Justiça. A investigação é conduzida pela Delegacia da Polícia Federal de Araçatuba, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco).