Médico investigado em Marília pode ser afastado de função em Garça

A Prefeitura de Garça informou nesta quinta-feira (16) que solicitou à Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB) o afastamento de um médico psiquiatra que atua no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município. O profissional está sob investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Marília, após relatos de supostos casos de importunação sexual e uma denúncia de estupro.
Segundo a administração municipal, o psiquiatra é contratado pela AHBB, entidade responsável pela gestão do Caps e por parte dos serviços de saúde pública de Garça. O médico também atende em consultório particular em Marília, no bairro Salgado Filho, zona oeste da cidade.
Conforme nota da Prefeitura de Garça, até a quarta-feira (15), não havia qualquer registro oficial ou informação que indicasse conduta irregular do profissional durante os atendimentos realizados na rede pública. Após a divulgação das denúncias, o Executivo municipal informou ter encaminhado à AHBB uma solicitação para que o médico fosse afastado das atividades no serviço municipal até o esclarecimento do caso.
A AHBB, por sua vez, declarou ao Marília Notícia que a solicitação teve caráter de sugestão, e não de ordem formal. A associação afirmou que, até aquele momento, não havia recebido registros anteriores de queixas envolvendo o profissional no âmbito da instituição.
“Ele segue atuando até que haja uma decisão contrária por parte do Departamento Jurídico”, afirmou a AHBB em nota. A entidade também declarou que “estão sendo adotadas providências com o rigor e a cautela necessários para o esclarecimento da situação”, e que tanto a AHBB quanto a Secretaria da Saúde de Garça e o prefeito Faneco (PL), “priorizam a integridade e o respeito à população assistida”.
Segundo a Polícia Civil, pelo menos oito pessoas procuraram a DDM para relatar condutas que teriam ocorrido durante atendimentos realizados pelo psiquiatra. Conforme os boletins registrados, o médico teria abraçado pacientes com insistência, tentado beijá-las e feito convites pessoais durante as consultas.
Uma das mulheres ouvidas pela polícia relatou, segundo apuração do Marília Notícia, que o médico teria pedido seu número de telefone e a convidado para sair. Ela também afirmou que houve contato físico ao final da consulta. Em retorno posterior, ao comparecer acompanhada de uma amiga, o profissional teria demonstrado desconforto.
Entre as ocorrências em investigação, há ainda uma denúncia registrada como possível estupro, supostamente ocorrido durante atendimento no consultório particular do médico. De acordo com a Polícia Civil, todos os casos estão reunidos em um inquérito conduzido pela DDM, que segue ouvindo as partes.
A defesa do médico, contatada pela reportagem, informou que não irá se manifestar neste momento, em razão de o caso estar sob apuração.