Seu alecrim pode estar morrendo por dentro: veja os 2 sinais que quase ninguém nota
Se o seu alecrim está com folhas verdinhas, mas você sente que algo não vai bem, confie na sua intuição: a planta pode estar morrendo por dentro. Isso mesmo. Diferente de outras ervas que demonstram o sofrimento com folhas caídas ou manchas óbvias, o alecrim é mais discreto. Dois sinais quase invisíveis podem indicar que as raízes já estão comprometidas ou que o caule está entrando em colapso. Saber identificá-los pode salvar sua planta antes que seja tarde demais.
Como identificar problemas no alecrim antes que seja visível demais
O alecrim é uma planta rústica, de origem mediterrânea, e por isso se dá bem com sol pleno, solo bem drenado e pouca água. O problema é que, por ser resistente, ele mascara os sinais de que algo está errado — e quando eles aparecem, o dano já está avançado.
Sinal 1: o caule do seu alecrim escurece por dentro
O primeiro sinal quase invisível de que seu alecrim pode estar morrendo é um escurecimento interno do caule. Por fora, ele pode parecer normal, firme e com folhas aromáticas. Mas ao cortar um pequeno galho com tesoura limpa, você pode notar uma faixa escura, como se o “miolo” do caule estivesse necrosado.
Esse escurecimento interno geralmente é causado por excesso de umidade. Quando a raiz fica encharcada por muito tempo, surgem fungos e bactérias que sobem pelo caule, interrompendo o fluxo de nutrientes. É como se a planta tivesse um “infarto silencioso”.
Se você observar esse escurecimento, o ideal é podar as partes afetadas até encontrar tecido saudável, com coloração clara. Se o tronco principal estiver comprometido, a planta dificilmente se recupera — mas ainda dá tempo de fazer mudas com os ramos saudáveis.
Sinal 2: aroma fraco ou folhas quebradiças
Outro sinal pouco notado é quando as folhas perdem aroma ou ficam secas demais nas pontas, mesmo quando estão verdes. É como se o alecrim estivesse “decepcionando” no principal motivo pelo qual o cultivamos: o cheiro forte e terapêutico.
Esse sintoma pode ter duas causas principais. A primeira é o excesso de umidade, que enfraquece o metabolismo da planta. A segunda, menos conhecida, é a falta de luz direta. O alecrim precisa de no mínimo 5 horas de sol por dia — e se estiver em ambiente com luz indireta ou sombra parcial, vai sobreviver por um tempo, mas não vai prosperar.
Se as folhas quebram com facilidade ou têm aroma apagado, experimente mover o vaso para um local ensolarado, preferencialmente com boa ventilação. E reduza as regas: só molhe quando o solo estiver completamente seco.
Por que é tão fácil errar com o alecrim?
Ao contrário do que se pensa, o alecrim sofre mais com excesso de cuidado do que com abandono. Isso acontece porque ele é uma planta de clima árido, que está acostumada a solos pobres e secos. Quando regamos demais ou colocamos adubo com frequência, criamos um ambiente propício à proliferação de fungos e ao apodrecimento radicular.
Além disso, muitas pessoas cultivam alecrim em vasos sem drenagem adequada ou com pratos acumulando água embaixo. Isso transforma o ambiente das raízes em um “pântano”, o oposto do que o alecrim precisa.

Como recuperar um alecrim doente
Se você identificou um dos dois sinais discretos mencionados, ainda há esperança. Veja os passos recomendados:
- Corte os galhos escurecidos: Use uma tesoura esterilizada e corte até encontrar tecidos saudáveis.
- Transplante para outro vaso: Escolha um vaso de barro com boa drenagem e preencha com substrato arenoso (mistura de terra, areia grossa e um pouco de húmus).
- Reduza a frequência de regas: Regue apenas quando o solo estiver completamente seco ao toque.
- Exponha ao sol direto: Coloque o vaso em local ensolarado e evite mover com frequência.
- Evite adubar nesse momento: O foco é estabilizar a planta, não forçar crescimento.
Se o alecrim conseguir reagir, você vai notar novos brotos nas extremidades após algumas semanas. Mas mesmo que a planta principal não se recupere, é possível fazer estaquia dos ramos saudáveis e iniciar um novo cultivo.
Como evitar o problema nas próximas vezes
A melhor forma de manter seu alecrim saudável é tratar o cultivo como um exercício de contenção. Pouca água, muito sol, solo leve e nada de exageros com adubos. Plantar em vasos de barro ajuda muito a evitar a umidade excessiva, pois eles absorvem a água excedente. E atenção: o ideal é não usar pratinho embaixo do vaso, especialmente se ele fica ao ar livre e recebe chuva.
Você também pode proteger o sistema radicular com uma camada de cascalho ou pedrisco na superfície do solo. Isso ajuda a evitar o acúmulo de fungos e melhora a drenagem. E claro: mantenha um olho atento aos pequenos sinais de mudança no aroma, textura e coloração dos galhos.
Cuidar de um alecrim é mais sobre observar do que intervir. Ele é discreto, mas quando se manifesta, está gritando por socorro. A próxima vez que passar pelo seu vasinho, toque com leveza, sinta o aroma e, se algo parecer estranho, não ignore. Talvez você tenha acabado de salvar uma planta que estava morrendo por dentro — silenciosamente.