Ginkgo biloba antes de dormir: o que descobriu um estudo recente sobre memória
Você já tomou ginkgo biloba à noite? Um estudo recente revelou que o horário da ingestão pode ser decisivo para os efeitos na memória — e os resultados surpreendem. A pesquisa, conduzida por neurocientistas europeus, apontou que o consumo noturno do extrato da planta pode potencializar a consolidação de memórias durante o sono, algo que poucos fabricantes mencionam no rótulo. E mais: os benefícios parecem se estender também ao bem-estar emocional.

Ginkgo biloba e memória: o que diz a ciência
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Munique avaliou o impacto do Ginkgo biloba em adultos com leve comprometimento cognitivo. Os voluntários tomaram 240 mg do extrato padronizado por 8 semanas — metade deles antes de dormir, a outra metade pela manhã. O grupo que consumiu à noite apresentou uma melhora 27% maior nos testes de memória verbal e espacial.
A explicação está na neuroplasticidade: durante o sono REM (fase de sonhos), o cérebro organiza e consolida as informações do dia. O Ginkgo biloba, com seus flavonoides e terpenóides, melhora a circulação cerebral, facilitando esse processo. O estudo ainda observou que quem tomava à noite também acordava com mais disposição e foco.
Efeitos calmantes pouco divulgados
O Ginkgo é amplamente conhecido por estimular a concentração, mas o estudo trouxe um dado inesperado: sua ação sobre o GABA, neurotransmissor que regula a ansiedade. Os participantes do grupo noturno relataram sono mais profundo e menor número de despertares. Isso reforça a hipótese de que, para algumas pessoas, o extrato pode funcionar como um leve indutor natural do sono — o oposto do que muitos pensam.
Apesar disso, vale lembrar: cada organismo reage de forma diferente. Em algumas pessoas, o Ginkgo pode ter efeito mais estimulante e atrapalhar o sono. Por isso, a recomendação é iniciar com doses baixas à noite e observar a resposta do corpo.
Qual tipo de memória mais se beneficia?
Segundo os dados publicados, os maiores ganhos foram registrados em dois tipos específicos de memória: a episódica (ligada a eventos vividos, como conversas ou lugares visitados) e a de trabalho (usada para tarefas como fazer cálculos mentais ou lembrar uma instrução enquanto a executa).
Isso tem aplicações práticas importantes. Para estudantes, por exemplo, tomar Ginkgo biloba antes de dormir pode reforçar o aprendizado de conteúdos estudados no mesmo dia. Já para idosos, o benefício pode ser a manutenção da autonomia em tarefas cotidianas, como lembrar onde guardou a chave ou o que tinha na lista de compras.
Contraindicações e cuidados no uso do ginkgo biloba
Apesar dos benefícios, o Ginkgo biloba não é indicado para todos. Pessoas com histórico de epilepsia, problemas de coagulação ou que usam anticoagulantes devem evitar o uso sem acompanhamento médico. Também não é recomendado associá-lo com antidepressivos, especialmente os do tipo ISRS, como fluoxetina ou sertralina, pois pode haver risco de interação.
É fundamental adquirir o produto em farmácias confiáveis, com padronização garantida de 24% de flavonoides e 6% de terpenóides. Doses acima de 240 mg por dia não trazem benefícios adicionais e podem causar efeitos adversos como dor de cabeça, tontura e irritações gástricas.
Existe hora certa para tomar Ginkgo biloba?
Até recentemente, a resposta seria: “pela manhã”, para evitar qualquer efeito sobre o sono. Mas o novo estudo desafia essa ideia e abre espaço para uma abordagem mais personalizada. Se você tem dificuldade de concentração ao longo do dia, tomar de manhã ainda pode ser a melhor estratégia. Mas se o seu foco for memória de longo prazo, especialmente relacionada a conteúdos estudados ou informações vividas no dia, a ingestão noturna se mostra promissora.
A chave está na escuta do corpo: experimente por uma semana o uso noturno e observe os efeitos. Registre como foi seu sono, sua memória no dia seguinte, seu humor. Em tempos de exaustão mental coletiva, esse tipo de autoexperimentação orientada pode ser mais eficaz do que seguir regras engessadas.
Ainda há muito a ser explorado sobre os efeitos do Ginkgo biloba em diferentes horários e perfis. Mas uma coisa está clara: não se trata apenas de um fitoterápico “da moda”, e sim de uma planta com real potencial de apoio cognitivo — especialmente quando usada com consciência e critério. Se o objetivo é cuidar da mente no longo prazo, talvez valha a pena repensar o momento em que você toma sua cápsula.