Marilienses reclamam de péssimo transporte coletivo
Quem precisa utilizar o transporte público em Marília é obrigado a estar preparado para os atrasos dos ônibus e a falta de respeito de alguns profissionais. A situação se agravou nos últimos meses, quando os motoristas acumularam a função de cobrador.
A dona de casa Maria de Fátima, de 50 anos, está revoltada com o descaso das empresas com a população, principalmente no bairro Cecap Aeroporto, local onde mora.
“Desde que mudou a empresa enfrentamos dificuldades, mas agora está insuportável. Os motoristas precisam cobrar a passagem, muitos deles se enrolam na hora de fazer o troco e a viagem atrasa muito”, contou.
Por causa desta situação na última sexta-feira o neto de dona Maria perdeu uma consulta médica agendada há 90 dias.
“A consulta estava marcada para às 13h30. Por já saber dos atrasos minha filha saiu de casa para pegar o ônibus das 11h, mas o veículo passou meia hora depois. A viagem demorou mais 40 minutos. Quando chegaram no terminal não havia nenhum carro para o Campus Universitário. A condução só foi chegar às 13h20, dez minutos antes da consulta. Ou seja, eles não chegaram a tempo”, disse.
O auxiliar de estoque Anderson Ricardo dos Santos, de 36 anos, também é morador do bairro Cecap Aeroporto e contou que o problema maior acontece nos finais de semana, quando o número de carros é menor.
“Eu entro no trabalho 7h da manhã, mas aos finais de semana o primeiro ônibus que sai do bairro é 05h55. Quando eles respeitavam o horário eu conseguia pegar a linha para o bairro Castelo Branco 6h25 no Terminal e chegava na indústria 6h45. Agora, o carro passa por volta das 06h30, vai devagar e sempre chego atrasado”, contou.
Tratamento rude
Não são apenas os atrasos que revoltam os usuários do transporte público. Muitos destes profissionais tratam mal os passageiros.
A faxineira Alessandra Coslopes, de 28 anos, contou que já passou por situações revoltantes. “Ontem mesmo ao voltar para casa apertei o botão sinalizando que queria parar, mas o motorista passou direto. Fui falar com ele e muito grosseiro disse que era pra eu apertar novamente que no outro ponto ele parava. Disse com aquela risadinha ainda”, contou.
Ela disse ainda que utiliza a linha do bairro Nova Marília e como os ônibus estão sempre cheios, já presenciou outras situações parecidas.
“Já aconteceu de o veículo estar atrasado e o motorista não parar para passageiro no ponto ou até mesmo dizer que não aceitava R$20 por não ter troco”, finalizou Alessandra.
O Presidente do Sindicato dos Motoristas, Aparecido Luis Santos, disse que alguns profissionais acabam sendo grosseiros devido a pressão da dupla função.
“Eles também enfrentam várias dificuldades, como ruas esburacadas e falta de respeito no trânsito e até mesmo de usuários”, contou.
Mas segundo Santos, tal situação não justifica as atitudes: “Depois que eu tive conhecimento destes problemas com moradores do bairro Novo Horizonte conversei com o supervisor da empresa que tomou as providências. Já em relação a situação das linhas do bairro Nova Marília vou tentar resolver nesta quarta-feira”, finalizou.
Atualmente, duas empresas fazem o transporte coletivo urbano na cidade. Enquanto a Grande Marília fica com a parte norte e leste, a Sorriso Marília domina a zona sul e oeste da cidade.
Vale lembrar também que o prefeito Vinícius Camarinha descumpriu duas promessas em seu mandato em relação a este assunto. O chefe do executivo disse que não iria aumentar a passagem, mas autorizou o reajuste em janeiro e setembro de 2015.
A reportagem do Marília Notícia pediu um posicionamento sobre o assunto para as empresas Grande Marília e Sorriso Marília, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.