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Entrevista da Semana
seg. 19 maio. 2025
CIDADANIA

‘Tem muito trabalho e eu vim para somar’, diz Hélide Maria Parreira

Consolidada na área de assistência social, Hélide Maria Parreira assumiu o comando da Secretaria Municipal da Cidadania.
por Alcyr Netto
Hélide Parreira é a nova secretária municipal de Cidadania de Marília (Foto: Alcyr Netto/ Marília Notícia)

A nova secretária da Cidadania de Marília, Hélide Maria Parreira, chegou à função com uma trajetória consolidada na área de assistência e desenvolvimento social. Ela substitui Sandra Roim e assumiu o comando de uma das pastas mais sensíveis do município, responsável por políticas públicas voltadas aos direitos humanos, segurança alimentar, inclusão e atenção a populações vulneráveis. A missão é desafiadora, mas Hélide traz na bagagem uma sólida experiência de gestão e atuação direta com famílias em situação de vulnerabilidade.

Natural de Garça, Hélide iniciou sua carreira na área social em 2015, no Patronato. Em seguida passou a coordenar a Casa de Acolhimento para Crianças e Adolescentes do município. Sua atuação chamou atenção e a levou a ocupar cargos importantes na Prefeitura de Garça, onde chegou a assumir a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Em 2023, foi convidada pelo Governo do Estado de São Paulo para liderar a Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (Drads) de Marília, quando passou a coordenar ações em 38 municípios da região.

Durante sua gestão na Drads, Hélide destacou-se pela atuação técnica e pelo acompanhamento próximo das políticas públicas executadas nos municípios da região. Com uma equipe enxuta, enfrentou desafios como a reorganização administrativa, prestação de contas antigas e estrutura física inadequada. Ao lado de sua equipe, conseguiu reverter esse cenário com a mudança da sede da Drads para um prédio mais acessível e funcional, além de fortalecer o diálogo com prefeituras e ampliar o apoio técnico às gestões locais.

Nova secretária da Cidadania de Marília, Hélide Parreira deixou direção na Drads por grande desafio (Foto: Alcyr Netto/ Marília Notícia)

Agora, à frente da Secretaria de Cidadania de Marília, Hélide assume o desafio de aplicar sua experiência estadual na realidade de um município de grande porte. Com um olhar técnico e humanizado, ela inicia seu trabalho em ritmo acelerado, ouvindo as equipes, mapeando demandas e se preparando para implementar ações que respondam à complexidade das situações vividas por milhares de marilienses.

***

MN – Como que foi a experiência na Drads?

Hélide Parreira – Eu falo foi um divisor de águas, né? Porque eu trabalhei antes na ponta, na execução dos serviços e no lidar com as famílias e com as pessoas atendidas pela assistência. Depois eu vim para a gestão. Nós fazíamos o monitoramento, orientação e supervisão de 38 municípios referenciados a Drads Marília. A equipe da Drads é excelente. Nós tínhamos uma organização para visitar ‘in loco’ o município, agenda com o prefeito, com a equipe da assistência social. No sentido de avaliar os serviços, de orientar, de monitorar, de estar junto com o município para conseguir superar as dificuldades.

Hélide Parreira durante evento, representando a Drads (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – São muitas demandas na área?

Hélide Parreira – Na área da assistência social, as demandas vêm crescendo diariamente e nós temos várias situações. Foi muito importante, porque eu tinha o conhecimento da ponta da execução em um município de pequeno porte, que era Garça. Vim para a gestão estadual, para entender um pouco de como que é essa gerência do Governo do Estado para com os municípios. Agora, voltei para a ponta. Marília é uma cidade de grande porte e considerada gestão plena em relação à assistência e desenvolvimento social.

MN – É muito mais desafio para você?

Hélide Parreira – Muito mais desafio, porque aqui nós temos muitos equipamentos da assistência. Dentro desses 38 municípios aqui da região, Marília é o único município de grande porte. É a única cidade que conta com Centro POP, que tem o Bom Prato e os outros refeitórios municipais, segurança alimentar. Aqui nós temos também e a gestão dos Direitos Humanos, nós temos o Cadastro Único, fora os outros serviços que estão dentro da proteção social básica, proteção social de média e de alta complexidade.

MN – Como foi o convite para você vir aqui para a Secretaria de Cidadania?

Hélide Parreira: O prefeito Vinicius solicitou uma agenda e fui até o gabinete. Nós conversamos, e ele fez o convite, considerando essa organização e avaliação desse período de gestão.

Hélide Parreira com o prefeito Vinicius Camarinha, que fez o convite para ela assumir a Cidadania em Marília (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Como está sendo esse início de trabalho? Ainda está se inteirando de tudo?

Hélide Parreira – Minha nomeação saiu segunda-feira (12), já iniciei na terça mesmo. Eu estou no processo de entendimento e de escuta. Ouvindo as equipes e fazendo esse entendimento com as coordenações. Eu ainda não consegui visitar todos os equipamentos, mas está na minha programação fazer a visita. Quero conhecer todos os técnicos e a equipe técnica de cada equipamento. Eu acho que esse momento é um momento de escuta, ouvir os profissionais que estão aqui, entender quais são as demandas, quais são essas dificuldades, as prioridades e também as pendências que a gente pode encontrar no percurso.

MN – Marília é uma cidade grande e a gente vê muita gente pedindo nos semáforos. O que pode ser feito por vocês?

Hélide Parreira – Esse é um tema que está sendo bem cuidado por essa gestão. O prefeito Vinicius já recebeu algumas pessoas em seu gabinete e ele me passou isso como prioridade. Hoje nós precisamos fazer o diagnóstico desse cenário que a gente encontra. Preciso estimar o número de pessoas em situação de rua, conseguir identificar quem são do município e de outros municípios. Marília, por ser grande porte, os municípios ao redor acabam encaminhando esse trânsito. Essas pessoas solicitam e sempre estão migrando para cá.

MN – É uma situação que se resolve apenas com a assistência social?

Hélide Parreira – Nós precisamos ter o apoio de outras políticas públicas nesse processo. São questões de saúde, habitação, segurança pública. Envolve outros setores, para que a gente possa trabalhar de uma forma articulada, levando sempre em consideração o trabalho técnico e uma tipificação nacional de serviços. Nós sempre vamos seguir a legislação que compete a assistência social, mas também entendemos que essa resolução e tipificação ainda é falha e precisa ser atualizada. Vamos nos organizar para conseguir articular com as outras políticas públicas, para gente conseguir dar um direcionamento adequado para essas pessoas.

Hélide Parreira fez grande trabalho na Drads, que credenciou assumir pasta da CIdadania em Marília (Foto: Alcyr Netto/Marília Notícia)

MN: Você já conhece todos os caminhos lá na Drads. Isso facilita para você à frente da secretaria?

Hélide Parreira – Facilita porque eu passei por um processo de aprendizagem com a equipe da Drads. As meninas são muito capacitadas. Eu aprendi muito com elas. Essa troca de visitar o município, ouvir a realidade, saber quais são as ações, as experiências positivas que o os municípios têm. A gente vai adquirindo essa bagagem e essa reflexão. Essa troca de experiência com outros profissionais, de outros municípios, colabora muito.

MN – O que você acredita que dá para fazer ou o que você espera fazer aqui à frente da secretaria?

Hélide Parreira – Olha, tem bastante trabalho para ser feito. Tem muito trabalho e eu vim para somar. Quero apoiar a equipe técnica e fortalecer essa equipe. Quero estar junto, conhecer, ouvir e entender quais são as prioridades e quais são as dificuldades, que resulta no atendimento das pessoas que procuram pelo serviço.

MN – A gestão dos Direitos Humanos trabalha com famílias de outros países. Acredita que é um grande desafio para vocês?

Hélide Parreira – É um desafio. Hoje eu conversei com o Rodrigo, que está à frente, mas que também começou agora. Eles também estão passando por esse momento de entendimento. Acredito que a Assistência, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, o Fundo Social, a gente pode fazer esse entendimento e trabalhar juntos, considerando o resultado no final.

Hélide Parreira com equipe da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Garça (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Nesse tempo todo que você atua na área, qual foi a situação mais triste ou mais complexa que já encontrou?

Hélide Parreira – Tem um caso que me marcou muito. Sempre quando me perguntam, eu me lembro dessa história. Foi um caso que o Conselho Tutelar levou na secretaria. Era uma mãe muito jovem e o bebê precisava de vários cuidados especiais. Ele nasceu prematuro, tinha uma sonda alimentar e tinha traqueostomia. Precisava de todo um amparo da rede. O conselho levou essa mãe e essa criança até a secretaria, porque eles estavam com dificuldade na casa e a família também não tinha renda. O pai ficou em outro estado, trabalhando. Só estava ela e a criança. Foi um processo importante, porque a gente conseguiu o auxílio, o benefício de prestação continuada. Com isso, a mãe podia dedicar a maior parte do tempo nos cuidados do bebê. Com o dinheiro, pôde alugar uma casa. Nós conseguimos ajudar. Eu colocava essa família até nas minhas orações. Não saía da minha cabeça a cena daquela mãe com aquele bebê precisando de todo respaldo, de todo o auxílio do mundo. Nós ajudamos com a cesta de alimentos, depois o Viva Leite, ela entrou no programa Criança Feliz. Foi a experiência que mais me marcou.

MN – Hoje eles estão bem?

Hélide Parreira – Ele já não tem mais a traqueostomia. Fez todo um processo de fono, não tem mais a sonda e já está numa vida normal.

MN – Na Drads, o que marcou para você?

Hélide Parreira – O mais marcante na Drads é o respeito que eles têm quando uma técnica da Drads vai fazer uma visita no município. Nós sempre fomos muito bem recebidas. Os prefeitos sempre abriram muito as portas, para escutar e receber uma orientação. Isso era muito legal.

MN – Mudou muita coisa desde que você iniciou o trabalho na Drads?

Hélide Parreira – Tínhamos uma equipe muito boa, mas reduzida. Tinha muito trabalho burocrático e administrativo. Tinha prestação de contas de 38 municípios. Quando assumi, tínhamos muita pendência com o Tribunal de Contas, desde 2020. Eu assumi em 2023. A gente tinha muito problema de manutenção da casa. Conseguimos alugar outro local, mais atualizado. Um prédio comercial, mais adequado. Hoje a equipe está num prédio novo, mais adequado, tem acessibilidade, para os funcionários e para receber os municípios.

Atuação de Hélide Parreira na Drads teve grande reconhecimento (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – O prefeito está num ritmo acelerado de trabalho e percebemos que ele quer que os secretários também acompanhemle esse ritmo. Já percebeu isso?

Hélide Parreira – Percebo sim. Realmente ele quer resultado. Ele quer mesmo que a gente siga o que está nas diretrizes do plano de governo. O plano está aqui na minha mesa. A gente vê o empenho dele em estar presente em todas as secretarias, de estar presente nos movimentos que nós fazemos aqui na Cidadania. Ele veio nessa semana, tomou café da manhã com as assistentes sociais. A gente percebe esse envolvimento, essa atenção e essa preocupação que ele tem com quem vai receber os serviços. É uma preocupação com o resultado final, como os serviços estão chegando para aquele que precisa. Ele frisa muito esse envolvimento do secretário. Precisamos trazer resultados, ouvir a população, estar junto com a população, porque literalmente, ele quer cuidar da população.

MN – Como é a rotina de trabalho por aqui?

Hélide Parreira – Nós temos um horário pré-estabelecido, mas a gente não consegue atender tudo que a gente precisa nesse horário. A gente fica à disposição 24 horas por dia. Os serviços da assistência aqui são de alta complexidade, como a casa de passagem, que atende as pessoas em situação de rua. A gente fica 24 horas à disposição.

MN – Marília tem condição de receber um novo Cras?

Hélide Parreira – Enquanto estava na Drads, a técnica de referência aqui do município teve esse indicativo, que era necessária a implantação de mais Cras, para conseguir atender essa demanda. Marília tem muitos bairros que apresentam situações de vulnerabilidade, mas não tem o Cras ali no território. Isso dificulta um pouco, porque a pessoa acaba tendo que se deslocar e ela acaba não indo. A distância, passagem de ônibus, acaba dificultando um pouco. Então, também está no nosso planejamento, fazer esse entendimento e esse diagnóstico do que está faltando, além das possibilidades de implantação. Sabemos que o prefeito Vinicius é muito bem articulado politicamente, tem os deputados parceiros. Vamos trazer isso. Fazer esse estudo técnico, evidenciar qual a importância e então podemos pleitear a implantação de novos equipamentos.

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