Audiência mostra cenário de crise na Prefeitura com contas no vermelho
Apesar do orçamento bilionário, Marília deve terminar 2024, último ano da gestão reeleita do prefeito Daniel Alonso (PL), com as contas municipais no vermelho. Ainda assim, sem deixar de cumprir as despesas mínimas em Educação e Saúde.
A realidade financeira do município foi exposta pelo diretor contábil e financeiro da Prefeitura de Marília, Adelson Lélis da Silva, na manhã desta quarta-feira (27) em audiência pública sobre o orçamento igualmente bilionário para 2025.
“A previsão é de déficit tanto orçamentário quanto financeiro”, frisou Adelson. Ele se referiu às despesas empenhadas de serviços ainda não executados e à reserva obrigatória em caixa para início da próxima gestão.
Questionado sobre os salários dos servidores públicos municipais ativos e inativos a serem pagos no início de janeiro, o diretor afirmou que “isso tem sido uma preocupação constante da Secretaria da Fazenda”.
O diretor não informou o percentual de déficit previsto para este ano de fim de mandato devido a “pagamentos atípicos” a serem efetuados em dezembro como os 13º salários e férias coletivas de servidores públicos municipais.
Apesar da previsão negativa para as contas municipais, Adelson afirmou que os investimentos mínimos legais de 15% em Saúde e 25% em Educação têm “previsão de cumprimento”. “Em Saúde já chegou a 22%”, citou.
AUDIÊNCIA ESVAZIADA
O diretor foi uma das poucas pessoas presentes no plenário da Câmara Municipal de Marília na audiência pública do orçamento de 2025 desta quarta, descontados os servidores públicos do próprio Legislativo.
Além dele, compuseram a mesa diretora como representantes do Executivo o secretário municipal de Planejamento Econômico, Fabio Fernandes, que apenas apresentou a Lei Orçamentária Anual (LOA), e o diretor de controle de convênios, Rafael Trindade.
Dos 13 vereadores do mandato que se encerra ao final de 2024, compareceram apenas o presidente do Legislativo, Eduardo Nascimento (Republicanos), que conduziu a audiência pública, e Evandro Galete (PSB).
No mais, foram registradas presenças de servidores públicos municipais, policiais ambientais e uma estudante – apenas oito – além de dois curiosos que passaram pelas galerias que permaneceram vazias.
Com esta audiência, foram debatidas mais de uma dezena de questões enviadas por e-mail por um único cidadão sobre o orçamento de R$ 1,7 bilhão definido por Daniel Alonso para o primeiro de governo de Vinicius Camarinha (PSDB).
Sem nenhuma contribuição propositiva na audiência pública, o projeto de lei que trata sobre as receitas e despesas de Marília para 2025 será votado em dezembro através de parecer da Comissão de Finanças, Orçamento e Servidor Público.