Lago do Aquarius ‘respira’ com chuvas, mas despejo de esgoto persiste
O lago do Jardim Aquarius, na zona norte, voltou a ter um único espelho d’água após agonizar por mais de um mês, reduzido a grandes poças formadas pela recente e prolongada estiagem que castigou o país.
O Marília Notícia expôs a situação do lago ainda na primeira quinzena de outubro. Grandes bancos de terra sulcada pelo calor denunciavam o avanço da seca enquanto patos e gansos que habitam o local disputavam espaços onde havia água.
A mudança na paisagem ocorreu pela incidência das chuvas na semana passada, responsáveis por acumular 147,6 milímetros de água, apenas nos dez primeiros dias de novembro, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O nível do lago deve subir mais ainda nesta semana devido à previsão do retorno das chuvas a partir de quinta-feira (14) e, pelo menos, até domingo (17), segundo o Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) de Bauru.
ÁGUS SUJA
Sem nascentes, o lago do Jardim Aquarius depende das chuvas para continuar a existir. Não bastasse estar sujeito às mudanças climáticas, o local ainda continuar a receber água suja através de grandes manilhas.
No domingo (10), em nova visita ao local, a reportagem do MN notou a saída de um líquido escuro, viscoso e fétido, semelhante ao do esgoto doméstico, por um dos dutos de concreto, diretamente para o lago.
A manta verde sobre a água se manteve, idêntica à da represa Cascata, na zona leste, onde a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) confirmou a presença de cianobactérias provocada, por exemplo, pelo lançamento de esgoto.
Apesar da aparente poluição, alevinos e girinos disputavam espaços na margem do lago, agora mais alargada pelo avanço das águas no barranco que, ainda proeminente, revelava ainda aguardar pelo socorro das chuvas para voltar a ser beirada.