Morador de Getulina, ‘subordinado’ ao chefão do contrabando nacional, tem celular apreendido
A Polícia Federal apreendeu em uma residência de Getulina, nesta quinta-feira (17), durante a “Operação Ressaca”, o telefone celular de um homem investigado por ligação a um esquema nacional de contrabando de cigarros. A superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo confirmou ao Marília Notícia que não houve prisão na região.
Entretanto, os agentes cumpriram mandado de busca da Justiça capixaba, em um esforço que apura esquema formado por criminosos de São Paulo, Minas Gerais e do Espírito Santo. A rede clandestina de tabaco é uma das que mais movimenta dinheiro com a venda de cigarros no país.
A ação conjunta integrou Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Federal. Os dados oficiais apontam a prisão de seis pessoas e apreensão de mais de R$ 5 milhões em espécie.
A polícia revelou ao MN que o dono do celular apreendido é subordidado ao principal alvo da investigação. A expectativa é que informações contidas no aparelho possam auxiliar na sequência das investigações.
SALDO DAS BUSCAS
A operação foi realizada nos municípios capixabas de Vila Velha, Cariacica e Ecoporanga, além de Belo Horizonte, Lagoa Santa, Cássia e Coronel Fabriciano em Minas Gerais, e Getulina, em São Paulo.
Entre os presos, quatro foram alvos de prisões preventivas e dois foram detidos em flagrante.
A PF mobilizou um total de 90 policiais federais, com o apoio de 10 policiais rodoviários federais e 12 auditores fiscais para o cumprimento de quatro mandados de prisão e 21 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Vitória.
Durante a operação, as autoridades realizaram buscas em casas, galpões, depósitos e escritórios ligados aos suspeitos. Foram apreendidos dinheiro em espécie, incluindo reais, euros e dólares; carros de luxo;
armas de fogo e cheques-calção emitidos por compradores.
FABRICAÇÃO E COMÉRCIO
Os presos responderão por associação criminosa, contrabando de cigarros, lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo. As penas combinadas podem alcançar 22 anos de prisão.
A PF também está investigando a possibilidade de outros crimes, incluindo infrações tributárias e delitos conexos à lavagem de dinheiro. O operação alcança suspeitos com conexão a uma fábrica clandestina de cigarros, descoberta em agosto do ano passado no Espírito Santo.
Segundo a polícia, os grupos de Minas Gerais e São Paulo ofereceram cigarros contrabandeados para o núcleo do Espírito Santo, que era liderado por pai e filho e contava com o auxílio de um funcionário.
Eles utilizavam uma distribuidora de bebidas para disfarçar as operações ilícitas e armazenavam os produtos em vários galpões.
“Esses grupos se uniram no ano passado para expandir a distribuição de cigarros ilegais, e a distribuidora de bebidas no Espírito Santo servia como fachada para as atividades criminosas”, afirmou o delegado Lorenzo Espósito, ao site de notícias G1 Espírito Santo/TV Gazeta.