Justiça mantém prisão preventiva de Ceará, acusado de esfaquear e matar cabeleireira
A Justiça de Marília negou pedido da defesa para revogar a prisão preventiva de Francisco Alexandre da Silva de 55 anos, mais conhecido como “Ceará”, acusado de matar com golpes de faca a cabeleireira Adriana Penha Gonzaga, de 49 anos. O crime aconteceu no final de março em um apartamento da zona oeste da cidade.
O advogado que representa o réu havia solicitado a substituição da prisão por medidas cautelares, alegando cerceamento de defesa, devido ao indeferimento de requerimentos anteriores.
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) se manifestou de forma contrária ao pedido da defesa, destacando a gravidade do crime e a necessidade de “garantir a ordem pública” e a integridade das testemunhas.
Francisco é acusado de homicídio qualificado por motivo fútil, utilizando recurso que dificultou a defesa da vítima, com agravantes relacionados ao gênero da vítima (feminicídio), no contexto de violência doméstica.
A defesa do acusado alega que a rejeição de provas, como gravações do local do crime e depoimentos de testemunhas, teriam causado nulidade processual. No entanto, o juiz negou o pedido, já que as testemunhas pretendidas não presenciaram o crime ou já foram ouvidas.
O magistrado também destacou que, apesar de o acusado ser réu primário e de a instrução estar encerrada na primeira fase, o processo de crimes contra a vida prevê uma nova fase de julgamento no Tribunal do Júri, onde as testemunhas serão novamente ouvidas e o réu interrogado.
A decisão ainda pontuou que várias testemunhas pediram para depor sem a presença de Ceará, evidenciando o temor em relação ao acusado, o que justificou a manutenção da prisão preventiva para garantir a ordem pública e o andamento do processo.
Francisco Alexandre da Silva permanece preso até a conclusão. Defesa e Ministério Público têm cinco dias para apresentar argumentos finais, antes da sentença que poderá absolver o réu ou pronunciá-lo a júri popular.
CRIME
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou o tapeceiro pela morte de Adriana por motivo banal. Foram vários golpes de faca, após um desentendimento por causa de um estofado. O crime aconteceu na madrugada de um domingo de Páscoa, na Vila Operária da Alimentação I (zona oeste).
De acordo com o promotor de Justiça Rafael Abujamra, Ceará também empregou recurso que dificultou a defesa da vítima, em situação de violência doméstica e familiar.
“Após banal discussão, impelido por fútil sentimento e em reação absolutamente desproporcional a causa, Francisco subjugou Adriana, levando-a ao solo. Na sequência, empregando recurso que dificultou a defesa dela, pois à sua mercê, munido da faca, desferiu-lhe golpes, atingindo-a, por diversas vezes no tórax, abdômen, costas, braços e pernas, ignorando os gritos de socorro da vítima e para que cessasse a violência”, afirma o promotor na denúncia.
Ele foi preso em flagrante na região oeste do Paraná, quando fugia para o Paraguai, com o carro da vítima. A polícia conseguiu monitorar o tapeceiro por meio das câmeras das praças de pedágio por onde ele passou.