Windbanner substitui bandeiras e domina campanhas eleitorais em Marília
A campanha política em Marília confirmou os windbanners como uma nova tendência de propaganda em 2024. São bandeirolas verticais que se tornaram o principal meio de divulgação dos candidatos a prefeito, espalhadas pelas principais avenidas da cidade.
Diante de regras cada vez mais restritivas para a propaganda de rua, os windbanners têm sido responsáveis por espalhar as cores de candidatos por Marília. Eles estão instalados em canteiros, substituindo outros formatos antigos de propaganda que agora são proibidos, como o uso de cavaletes e a pintura de muros.
A possibilidade de utilizar o material em Marília veio após aprovação do Projeto de Lei 28/2024, em abril deste ano, que regulamentou o seu uso na cidade.
Os windbanners são apontados como boas soluções para a campanha porque são estruturas móveis, chamam a atenção de motoristas e pedestres, sem que seja preciso contratar cabos eleitorais para agitar as bandeiras por várias horas seguidas.
Apesar desta nova solução, alguns eleitores ouvidos pelo Marília Notícia afirmaram que não se influenciam pelas bandeirolas espalhadas pela cidade. A doméstica Marlene dos Reis Bonfim disse não gostar da propaganda dos candidatos.
“Eu não acho legal e não gosto. Acho que fica feia a cidade. Está pela cidade inteirinha, mas não gosto. Querem colocar propaganda em todo lugar, mas na minha casa eu não deixo colocarem”, conta a doméstica.
O servente João Vitor Neres Nascimento contou que os windbanners não alteram sua intenção de voto. Para ele, o que vale é a palavra do candidato.
“Acho que não vale muito a pena. O que vale é a palavra deles, que precisam cumprir, mas passam os anos e nunca fazem nada. Não dá para acreditar nesses banners, que estão pela cidade inteira, de vários candidatos. Não só aqui em Marília, mas em outras cidades também, mas não altera em nada na minha decisão de voto”, afirma Nascimento.
A faxineira Antônia Freitas disse que não tem nada contra a presença das propagandas espalhadas por toda a cidade, mas afirmou não confiar nos políticos.
“Não tenho nada contra essas propagandas. Cada um faz a sua parte na campanha. Para mim, não faz diferença. O que importa é quem vai vencer e se realmente vai fazer algo pela cidade” afirma a faxineira.
CANDIDATOS
O Marília Notícia também procurou os candidatos para falar sobre a utilização dos windbanners. Garcia da Hadassa (Novo) afirmou ter se inspirado nas campanhas norte americanas, principalmente de Donald Trump, decidindo trazer o modelo para Marília.
“Esse modelo é muito utilizado nas campanhas americanas, principalmente do Donald Trump, sendo que eu resolvi trazer para Marília. Antigamente não era usado. Colocamos no início da campanha na avenida das Esmeraldas, no primeiro dia possível. Depois as outras campanhas incorporaram esse modelo. É bom para a democracia e para mostrar o candidato, mas só acho que tem que seguir um padrão, para não poluir a cidade. Os meus estão dentro dos padrões de tamanho. Se for muito grande, a cidade fica poluída, mas eles são bacanas e necessários”, afirma Garcia.
A assessoria do candidato Vinicius Camarinha (PSDB) explicou que a utilização dos windbanners se deve a restrições impostas pela Justiça Eleitoral. “Existe uma limitação para a contratação de cabos eleitorais, para até 430 pessoas. Essa foi a alternativa encontrada para divulgar, ao máximo, o número do nosso candidato Vinicius Camarinha. Os locais são escolhidos por serem pontos estratégicos, como corredores de grande movimento de pedestres e carros”, diz a assessoria.
Outro candidato que tem utilizado os windbanners é Ricardinho Mustafá (PL). Sua assessoria explicou que esse tipo de material está sendo usado em todas as cidades do Estado de São Paulo, sendo que esse tipo de divulgação não era permitida na eleição de 2022. “O TRE inicialmente entendeu que o uso não era permitido, mas desta vez autorizou os windbanners, dentro dos limites estabelecidos. Esta é a eleição dos windbanners, que são uma forma de propaganda mais barata que o cabo eleitoral. Ainda assim, nossa campanha conta com cabos eleitorais; estamos com cerca de 270 pessoas atuando, incluindo os que seguram bandeiras e os que distribuem material”, explica a assessoria.
Dois candidatos decidiram não utilizar o método de divulgação. Um deles foi o candidato João Pinheiro (PRTB). Ele disse que os windbanners estão poluindo a cidade e que prefere utilizar cabos eleitorais, para fazer a economia da cidade girar. “Os windbanners não têm contas para pagar. Água, luz, comida ou despesas. Estamos com quase 300 pessoas nas ruas, mostrando para que viemos. Gerar emprego e renda. Mostrar serviço e condições dignas de trabalho para a população”, diz João Pinheiro.
A candidata Lilian Miranda (PCO) afirmou que o partido não recebeu o Fundo Eleitoral e tem feito a sua campanha por meio de doações. “Recebemos doações e fizemos panfletos apenas. Estamos sempre nas feiras e também na ‘ilha’ da Nove de Julho, perto da Galetia Atenas”, explica Lilian.
Até o fechamento desta reportagem, a candidata Nayara Mazini (Psol) não havia se manifestado sobre o assunto. O texto será atualizado caso a candidata responda ao questionamento.