Com ‘musculatura política’, Vinho volta à cena aos 71 anos em Pompeia
Três vezes prefeito de Pompeia, Álvaro Januário – mais conhecido como Vinho – volta ao cenário político com sua nova candidatura ao Executivo, agora pelo Republicanos. A corrida eleitoral foi formalizada neste sábado (27) em convenção partidária.
Aos 71 anos de idade, Vinho coloca mais uma vez à disposição de Pompeia sua experiência de vida pública e empresarial – como colaborador da indústria por 24 anos, sendo 18 só de Grupo Jacto; empresário por 27 anos, vereador por 10 anos e prefeito durante 12 anos. “A Jacto foi minha escola”, comenta emocionado ao Marília Notícia.
Com apoio do MDB, PP, PSD, PL, União Brasil e Republicanos, Álvaro Januário afirma ter a “musculatura política” necessária para concorrer nas eleições deste ano. Desta vez, Vinho encara uma disputa contra dois jovens, Diogo Ceschim (Podemos) e Carlos Rogério (Novo), que exercem mandatos no Legislativo.
Hoje casado com a empresária Sandra Regina Januário, Vinho revela com exclusividade ao Marília Notícia sua opinião sobre o trabalho da ex-mulher – a atual prefeita de Pompeia, Tina Escorce (PSD) – que está no último ano de mandato. Tina poderá participar do Governo Vinho, se eleito?
***
MN – Vamos começar falando sobre geração de empregos e renda. Você tem planos para o distrito industrial de Pompeia?
VINHO – Sim, o distrito industrial é necessário. Muitos terrenos já foram doados, preenchendo os lotes 2 e 3 existentes atualmente. Nossa pretensão é ampliar a área, definir o tamanho de cada lote novo e dialogar com as empresas. Queremos gerar mais empregos e oportunidades para a população de Pompeia e distrito de Paulópolis.
MN – Aproveitando que citou Paulópolis. Quais seus planos para o distrito?
VINHO – Nos meus dois primeiros mandatos, construímos uma Unidade da Saúde da Família (USF), o Velório e um ginásio de esportes em Paulópolis. Acredito que o distrito precisa de planejamento por conta da instalação da Jacto. Temos que analisar as áreas disponíveis, por exemplo, para construir loteamento de novas casas. Precisamos, ainda, melhorar a infraestrutura urbana de Paulópolis, bem como seu abastecimento de água e rede de esgoto.
MN – Então, Pompeia e Paulópolis ainda podem receber novas casas populares, se for eleito?
VINHO – Sim, já foram entregues 259 unidades pelo programa Minha Casa Minha Vida e ainda faltam 241 moradias, pendentes. Vamos continuar este trabalho e ainda estender nosso planejamento com apoio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), para ampliarmos ainda mais o número de casas.
MN – E sobre a educação no município, quais suas intenções? O ensino tem sido bastante elogiado no governo da Tina.
VINHO – Pompeia tem um ensino de excelência. O que devemos melhorar é a estrutura predial das escolas. Por exemplo, precisamos construir um novo prédio para a Secretaria Municipal da Educação, por causa das aulas de tempo integral que acontecem lá. Nosso objetivo é melhor receber os alunos do ensino fundamental, oferecendo mais conforto em sala de aula.
MN – A expansão do parque industrial para Paulópolis fortalece ainda mais a economia local?
VINHO – A Jacto é uma grande parceira do município e fundamental para a empregabilidade. Trabalhei por 18 anos na Jacto e conheço bem a família Nishimura. Vamos manter esta parceria e ajudar no que for preciso nessa expansão.
MN – Agora vamos falar sobre um “tabu histórico”: a rodovia SP-294, que corta a área urbana de Pompeia. A concessionária Eixo SP informou que as obras de desvio vão ocorrer apenas em 2029. Não acha uma data muito distante?
VINHO – Olha, quando foi firmado o contrato de concessão, eu estava lá no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, acompanhando de perto. O primeiro planejamento era iniciar a obra do contorno em 2025. Esse adiamento prejudica a população da cidade. Com a instalação da Jacto em Paulópolis, um trecho da rodovia ficou bastante movimentado em horários de pico. Quando a Jacto concluir toda a mudança, teremos mais fluxo de carros nesta região da SP-294. Vou falar com o governador Tarcísio sobre este assunto e quero responsabilizar a Eixo, se tivermos aumento de acidentes na rodovia.
MN – A maioria dos vereadores que fazem parte da atual legislatura de Pompeia já anunciou apoio à sua candidatura a prefeito. Para administrar a cidade, é fundamental o apoio da Câmara. Seu grupo político tem chance de fazer mais cadeiras?
VINHO – Sim. É necessário apoio do Legislativo para governar. Temos um time forte de lideranças para contribuir com Pompeia. Se a gente não tiver uma equipe boa e um grupo político articulado para a campanha, não dá para ser eleito prefeito. Confio no apoio da população para escolher nosso time.
MN – Como você encara a candidatura dos seus concorrentes? São dois jovens, o Diogo Ceschim (Podemos), candidato a prefeito, e Carlos Rogério (Novo), candidato a vice. O Diogo está no primeiro mandato na Câmara e o Carlos no segundo. Você aposta na sua experiência para vencer mais uma vez?
VINHO – Encaro a disputa com naturalidade. Eles têm o direito de participar das eleições e liberdade para isto. Acho que a experiência conta muito nessa hora, porque demanda grande responsabilidade administrar uma cidade como Pompeia. A experiência na iniciativa privada e na vida pública me ajudou ao longo dos anos a sair da teoria e partir para a prática. Tenho 24 anos de trabalho na indústria, sendo 18 anos só de Jacto. Administrei minha empresa por 27 anos e fiquei no Legislativo como vereador por 10 anos, quando também fui presidente da Câmara. A Jacto foi minha escola. Aprendi muito lá.
MN – Para finalizar, se permite, gostaria de falar sobre sua ex-mulher, a atual prefeita Tina. Houve o divórcio em 2021 e você já se casou novamente. Quando você era prefeito, a Tina ocupava o cargo de diretora da saúde. Se eleito, a Tina pode voltar a ocupar um cargo em seu governo? Você vai convidá-la?
VINHO – A prefeita tem muitos contatos e acho que ela pode ser convidada para algum cargo do Governo do Estado, em Marília ou São Paulo. Ela poderá ser procurada ainda por deputados para realizar assessorias. Acho importante para ela. Vamos aguardar.