Davoli aposta em boa avaliação e gestão técnica para continuar no comando de Vera Cruz
O atual prefeito de Vera Cruz, Rodolfo Davoli (Republicanos), de 49 anos, e casado com a vereadora Cristiane Aparecida Tinetti (Republicanos), confirmou sua pré-candidatura à reeleição ao Marília Notícia. Ele tenta quebrar um tabu na cidade da região: Nunca um chefe do Executivo foi reeleito por lá.
Eleito com 3.083 votos em 2020, num período em que sua principal concorrente, Renata Devito (PSDB), ficou de fora do pleito, Davoli diz que foram quatro anos desafiadores e que decidiu fazer gestão em vez de somente política.
Davoli não esconde sua paixão pelo esporte, cultura e eventos, mas afirmou que áreas prioritárias como educação e saúde tiveram e continuam tendo todo suporte necessário durante sua administração. Davoli sabe que a população de Vera Cruz é exigente e aposta na sua conduta de gestor para ser o primeiro prefeito reeleito da história do município.
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MN – Quero começar já falando sobre política. Você permaneceu no Republicanos na janela partidária e confirma pré-candidatura, certo?
DAVOLI – Sim, confirmo, permaneço no mesmo partido e inclusive já quero informar que o pré-candidato a vice não vai mudar. O atual vice-prefeito Gabriel Santana de Moraes (PSD) vai continuar nessa luta comigo. O Republicanos é o partido do governador Tarcísio de Freitas e estou alinhado com ele. Nosso objetivo é continuar com uma gestão técnica e eficaz em Vera Cruz.
MN – Quantos partidos estarão com você?
DAVOLI – Temos quatro partidos em articulação, além do Republicanos. Contamos com o apoio do PSD, PP, MDB e o PL. Temos chapa completa de vereadores em todas as siglas. São 50 pré-candidatos a vereador. Também temos o apoio da deputada estadual Dani Alonso (PL).
MN – Recentemente, a ex-prefeita Renata Devito, que também é pré-candidata, disse que faltam medicamentos na cidade e elencou outras críticas ao seu governo. Qual seu posicionamento e como encara esta pré-candidatura da Renata?
DAVOLI – A respeito de pré-candidatos, só escuto especulações. Não vejo nomes firmados e nem sei se a ex-prefeita será candidata, porque ela está com seus direitos políticos cassados e busca participar das eleições por meio de liminar. Com relação aos comentários dela, não gosto de falar de adversários, mas ela sabe que ficou aqui na Prefeitura por oito anos e o marido dela [Rodolfo Devito] por mais oito anos, e eles não fizeram nada pela cidade. Sempre governaram em benefícios próprios. Convido a você ou a qualquer um, para conhecer o estoque da nossa farmácia municipal. Garanto que não faltam remédios. Antigamente os remédios eram distribuídos só para quem era amigo da ‘rainha’. Hoje não é assim e temos uma média de 1 mil pessoas que passam por nossa farmácia por semana, dentro de uma população de pouco mais de 10 mil habitantes. Todos saem com sacolas e sacolas de remédios.
MN – Como foi a gestão da Saúde nesses quatro anos?
DAVOLI – Acredito que melhorou muito. Não é o que a população almeja, porque muitas vezes as pessoas não sabem fazer a diferenciação do que é obrigação do Estado, do Governo Federal e do Município. Temos essa noção e a Prefeitura tem conseguido suprir necessidades que seriam do Estado, a exemplo da fila de catarata. Zeramos esta fila com recursos municipais e hoje nenhum munícipe precisa mais de cirurgia de catarata. Só conseguimos investir em Saúde devido à nossa reorganização financeira, cortando gastos desnecessários. Aqui no passado era uma festa com o dinheiro público. Atualmente temos especialidades na cidade que nunca tivemos, como dois médicos que atendem das 7h à meia noite no Pronto Atendimento, além da telemedicina implantada em Vera Cruz. A própria ex-prefeita precisou de atendimento médico do Município diversas vezes e eu sei que ela foi bem atendida.
MN – E sobre a Assistência Social? Quer destacar algum ponto?
DAVOLI – O social não é apenas dar cestas básicas e cobertores, e sim capacitar a população para que ela retorne ao mercado de trabalho com um salário digno, para que a família possa se auto sustentar. Oferecemos cursos de capacitação gratuitos.
MN – O que está acontecendo com rua 13 de Maio? Você tem postado fotos em suas redes sociais de uma intervenção no local.
DAVOLI – Ali foi feito um novo escoamento de água da chuva. O escoamento da cidade toda caía na rua 13 de Maio no passado e por este motivo o local necessitava de melhorias. Fizemos o aumento da tubulação e das bocas-de-lobo, entre outras intervenções. A primeira fase da obra foi feita com o apoio do Governo do Estado, que destinou recursos de R$ 500 mil para Vera Cruz. A segunda e terceira fases ficaram por conta da Prefeitura. Concluímos a segunda etapa e agora temos a licitação para fazer o calçamento, paisagismo e iluminação no local. Resolvemos o problema das enchentes na 13 de Maio.
MN – Voltando para a questão política, Vera Cruz nunca teve um prefeito reeleito. Por quê?
DAVOLI – São dois fatores que justificam, na minha opinião. Primeiro ponto, a população de Vera Cruz é exigente e espera a boa gestão de um prefeito. Segundo ponto é que antes de mim, nunca tivemos gestores. Tivemos prefeitos bons, mas que atendiam somente demandas políticas. A parte administrativa acabava ficando sempre para trás. Quando assumimos, em 2021, por exemplo, tínhamos um déficit orçamentário de R$ 11 milhões, oriundos de dívidas de IPTU e água.
MN – Como você fez para sanar o déficit?
DAVOLI – Nós conscientizamos a população sobre a importância de pagar essas contas, para gerar receita. Sem recursos, não temos como melhorar a vida do cidadão. Vera Cruz é uma cidade pequena com pouquíssimos empregos e fomos melhorando ao longo de três anos e meio. Conseguimos gerar empregos e aumentar a arrecadação do município, conscientizando a população. Criamos também a lei do Refis (programa de incentivo à regularização de débitos).
MN – O custo da água em Vera Cruz é acessível? É gestão terceirizada?
DAVOLI – Nossa conta de água é uma das mais baratas da região, cerca de R$ 25 por residência. Não temos empresa terceirizada. Quem toma conta dos serviços de saneamento é a própria Prefeitura e conseguimos acabar com o problema da falta de água na cidade.
MN – Quanto é o orçamento anual de Vera Cruz?
DAVOLI – Pegamos a Prefeitura com orçamento anual de R$ 32 milhões e estamos entregando com R$ 52 milhões em três anos e meio de mandato. Conseguimos aumentar R$ 20 milhões no orçamento anual. Estes recursos são revertidos para a população. Nós fazemos ‘gestão pura’. A Prefeitura tem que ser tratada como uma empresa atendendo bem os munícipes, mas sem visar lucro.
MN – Vera Cruz foi bem avaliada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)?
DAVOLI – Foi a melhor nota da história da cidade – índice 6. Não compramos material de ensino fraco, investimos em qualidade. Não fazemos politicagem. Todo material comprado é com o aval da diretora da Educação. Implantamos as aulas de inglês, desde o Pré II. É um sonho realizado. Nossa merenda escolar é uma das melhores do estado, inclusive sendo elogiada em São Paulo.
MN – Você enfrentou um ano de pandemia de Covid-19, em 2021?
DAVOLI – Sim, enfrentamos um Covid, sem o dinheiro da Covid, porque foi gasto tudo em 2020, na gestão anterior. Depois, em 2022, encaramos uma crise de dengue, mas conseguimos enfrentar tudo com planejamento financeiro e gestão. Atendemos bem a população por meio do Pronto Atendimento e começamos a colocar a casa em ordem a partir de 2023.
MN – A iluminação pública da cidade é 100% LED?
DAVOLI – Conseguimos trocar todas as lâmpadas para a instalação do LED, sem custo nenhum para o Município. Fizemos a licitação numa modalidade onde a empresa instala o LED, comprova a economia gerada em comparação com a antiga iluminação e, desta economia, recebe uma porcentagem para seu lucro. É uma licitação inovadora que, inclusive, foi copiada por Assis e Adamantina.
MN – Você é um prefeito que falam que gosta de esportes.
DAVOLI – Vera Cruz hoje tem vasta atuação esportiva, nas modalidades de futsal, futebol, basquete, vôlei, jiu-jitsu e taekwondo. São várias escolinhas. Na área cultural, temos o grupo de dança e o Projeto Guri, entre outros projetos. Nossa cidade conta com várias premiações e troféus, porque contamos com profissionais qualificados para orientar e treinar nossas crianças, adolescentes e jovens. Também estamos investindo em Turismo.
MN – Como está a situação da frota da Prefeitura?
DAVOLI – Possuímos um Departamento de Obras com mais de 80 funcionários, que não tinham respaldo para trabalhar, como EPIs. Os tratores e máquinas funcionavam amarrados com arames. Hoje contamos com uma frota bem cuidada e renovada, em manutenção constante. Nossas ambulâncias também estão todas equipadas. Nosso bom trabalho infelizmente causa desafetos na política. A cidade é um canteiro de obras, com seus servidores públicos recebendo em dia os salários.
MN – Você fez concurso público?
DAVOLI – Sim, pegamos a Prefeitura com 330 funcionários e hoje tem mais de 420 servidores de carreira, devido aos concursos lançados.
MN – E sobre o rodeio? O evento atraiu público de toda a região mas foi alvo de críticas de sua adversária.
DAVOLI – Sou um prefeito feliz, gosto muito de festas e lembro que todos os eventos da cidade são feitos através de recursos de fora e não da Prefeitura. Busco emendas em São Paulo e Brasília, não viajo para passear. Fazemos sim festas, mas com responsabilidade. Nosso rodeio é o maior evento anual de Vera Cruz e, para realizá-lo, consegui R$ 3 milhões de emendas parlamentares. Não gastamos nem metade desta verba. Sobrou. No rodeio, que atraiu um público de 30 mil pessoas, arrecadamos mais de 5 toneladas de alimentos para distribuir entre as entidades e quero agradecer o trabalho da minha esposa, Cristiane, que ajuda o Fundo Social. Então, lembro mais uma vez, temos rodeios sim, mas também temos remédios na farmácia e médicos atendendo no posto e no PA. São várias especialidades.
MN – A Festa do Café foi uma novidade também né?.
DAVOLI – É um evento tradicional e buscamos melhorar ainda mais, pois toda população espera pela Festa do Café. O café faz parte da nossa cultura e história. Hoje realizamos pelo menos uma festa mensal, contemplando diversos segmentos artísticos na cidade.
MN – Quais as obras em andamento? Ainda dá tempo de inaugurar algo até o final do ano?
DAVOLI – Iniciamos a obra de uma creche municipal, que era uma reivindicação antiga, e estamos reformando o Salão Verde, além da nova estação de tratamento de esgoto, que está em fase de licitação. Tudo com recursos próprios. Está autorizado ainda a construção de 58 casas pela CDHU. Quero lembrar também da obra da nova unidade de saúde, que teve apoio de emenda do deputado estadual Reinaldo Alguz (União Brasil).
MN – Será uma eleição municipal difícil? Espera ser reconhecido por esse trabalho apresentado até aqui?
DAVOLI – Não sei quem virá como meu adversário numa disputa política futura, devido ao impasse jurídico da Renata, mas desafio a qualquer um deles a mostrar quem estará entre seus cargos em comissão, caso sejam eleitos. Gostaria que comparassem com os cargos que nomeei em minha gestão. Todos nossos cargos são técnicos. Não é um mandato político. Sanamos os problemas e agora nosso objetivo é partir para o desenvolvimento da cidade. Procurem uma crítica minha, não vão achar nenhuma. Ninguém me critica nas redes sociais e nem nas ruas. Só a oposição política me critica.
MN – Para encerrar, gostaria que você comentasse atuação da Câmara nesses quatro anos.
DAVOLI – Os vereadores não ficaram parando projetos. Não ficaram de ‘picuinha’ comigo. Toda vez que eles apontaram erros em projetos do Executivo, nós sempre atendemos os pedidos, refazendo as proposituras. Ninguém ficou pedindo vistas em votações para travar o administrativo da Prefeitura. Quero agradecer os nove vereadores pela parceria, seriedade e comprometimento.
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