Acidentes com buracos se multiplicam e causam transtornos
Problema crônico na cidade, os buracos no asfalto de Marília não param de causar danos materiais e lesões físicas em motoristas e motociclistas. Ocorrências têm motivado processos e gerado condenações contra a Prefeitura, responsável direta pela manutenção das ruas do município.
Um motociclista que preferiu não se identificar, entrou em contato com o Marília Notícia e informou que quase sofreu uma queda na tarde desta segunda-feira (20) na avenida Yusaburo Sasazaki, nas proximidades da indústria Dori. O jovem de 29 anos denuncia que o serviço de recapeamento está incompleto, causando várias imperfeições e grandes valetas nas ruas.
“Por volta das 14h, após passar por um quebra-molas na frente da Lajes Tamoyo, devido a falta de sinalizações e orientação, fui surpreendido com uma valeta e tentei me levantar da moto, mas o impacto foi forte. A valeta rasgou o pneu novo da minha moto, colocado há mais ou menos dois meses. Fiquei no prejuízo e me atrasei para chegar no trabalho”, relatou.
O motociclista lesionou o tornozelo e agora vai arcar com custos de manutenção da moto. “O mecânico disse que vou precisar recuperar a roda dianteira e traseira, fazer serviço de pintura e comprar dois pneus novos. Somando outros serviços, como alinhamento da roda e mão de obra, o prejuízo passa dos R$ 2 mil”, informou.
O jovem entrou em contato com uma advogada de sua confiança. “Vamos mover uma ação contra a Prefeitura sim. Essas valetas não podem ficar nas ruas sem sinalização e sem iluminação pública adequada no período noturno”, complementou.
Em outro caso, o prejuízo causado por conta de uma imperfeição situada no asfalto da avenida Benedito Alves Delfino, perto da Sasazaki, foi de quase R$ 4 mil, com manutenção de moto, remédios e afastamento do emprego. “Há um ano, passei por cima de uma parte do asfalto que estava afundada e sofri fratura no rosto, além de danos materiais e custos com medicamentos para meu tratamento de saúde. Tive até que vender minha moto. Precisei ainda me afastar do serviço e, como recebo por comissão de venda, complicou ainda mais minha situação”, comentou o vendedor Albert Oliveira.
Conforme apurado pelo Marília Notícia, as valetas podem ter sido abertas pelo Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) e alguns casos – nos bairros – são construídas pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Marília (Codemar) e empresas terceirizadas, para escoamento de água da chuva.
No mês passado, a Prefeitura de Marília foi condenada a pagar indenização de R$ 375 mil por danos morais para os filhos de Myrna de Moraes Gomes, que faleceu aos 40 anos após ser arremessada da garupa de uma moto, ao passar por um buraco na rua Henrique Dias, no centro da cidade. A ocorrência foi registrada em maio de 2019.
Já em fevereiro de 2020, a Prefeitura também foi condenada a pagar quase R$ 15 mil para uma mulher que sofreu um acidente com a motocicleta que pilotava, na região central da cidade, em julho de 2019 após passar por um buraco. O trecho, que fica na rua Tomás Mascaro, estava cheio de irregularidades e terra, conforme ficou provado no processo, inclusive por meio de fotos.
Os dois casos foram julgados pelo juiz da Vara da Fazenda Pública, Walmir Idalêncio dos Santos Cruz. A maioria das reclamações registradas na Ouvidoria do Município envolve a manutenção asfáltica da cidade.
Até o fechamento desta edição, a assessoria da Prefeitura não confirmou o motivo das valetas, da ausência de iluminação pública nas vias com buracos e não informou sobre o planejamento da Empresa Municipal de Mobilidade Urbana de Marilia (Emdurb) para sinalização das ruas em situação de perigo para os motociclistas. O espaço permanece aberto.
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