Vereador renuncia ao cargo e deixa a Câmara de Guaiçara após polêmica sobre o autismo
O vereador Wellington Lousado Pereira (Avante), mais conhecido como “Chico Carabina”, presidente da Câmara de Guaiçara, renunciou ao mandato de forma irrevogável e irretratável nesta sexta-feira (19), após repercussão da sua fala sobre o autismo na sessão da última segunda-feira (15).
Na ocasião, o parlamentar chamou um colega de plenário de autista e louco, colocando as duas descrições em termos de equivalência. Um pedido de cassação do mandato do vereador também já havia sido protocolado e poderia ser votado pelo Legislativo na próxima sessão.
A fala direcionada ao vereador Francisco Costabile Filho, o “Chico da Canjarana”, provocou inúmeras reações nas redes sociais, com diversas associações e até mesmo páginas especializadas em autismo, que criticaram a postura do vereador e pediram punição. O posicionamento capacitista do parlamentar aconteceu justamente em abril, mês de conscientização sobre o autismo.
“Corta o microfone do vereador autista. Autista, porque o senhor é um autista. O senhor é um louco para mim. Eu posso falar, eu como vereador”, bradou o então presidente da Câmara em tom de insulto.
As reações de internautas que acompanhavam a sessão pela internet foram imediatas. “Uma falta de respeito, empatia. Precisa urgente rever seus conceitos e o mínimo a fazer é se retratar. Lamentável esse tipo de conduta”, escreveu um usuário das redes.
Outro emendou “é sério que ouvi um vereador chamando de autista e louco? É sério isso? Ele sabe o que é um autista? É um ser muito especial abençoado por Deus. Como você pode chamar um autista de louco? Processa esse cara.”
“Chico Carabina” tratou de se desculpar logo após o ocorrido, mas o estrago já tinha sido feito. O pedido de cassação foi protocolado na manhã desta sexta-feira (19) pelo vereador atacado.
Diante da pressão, o agora ex-presidente da Câmara, que era forte nome para concorrer ao cargo de prefeito de Guaiçara, pediu a renúncia do cargo. No documento entregue nesta tarde, afirmou que “as razões que levaram a esta decisão são de cunho pessoal.”
Veja o trecho da sessão passada com o insulto: