Bolsa sobe e volta aos 127 mil pontos com altas de Vale e Petrobras; dólar oscila
Após duas quedas seguidas, a Bolsa brasileira abriu em alta firme nesta segunda-feira (18) e operava acima dos 127 mil pontos, impulsionada por avanços da Vale e da Petrobras, as duas empresas de maior peso do Ibovespa.
Já o dólar mantinha a estabilidade, no início de uma semana de decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, que serão divulgadas na quarta (20). A avaliação é de que não deve haver surpresas, mas o mercado deve buscar pistas sobre as próximas movimentações de política monetária.
No cenário local, a expectativa é que o Banco Central do Brasil deve realizar um corte de 0,50 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros), mantendo o ritmo adotado nas últimas reuniões.
“O Copom (Comitê de Política Monetária) deve reduzir as taxas em 0,50 ponto pela sexta vez consecutiva, levando a Selic para 10,75% em decisão unânime, ao mesmo tempo em que destaca a resiliência da atividade e as preocupações com a inflação para justificar a manutenção do ritmo”, diz David Beker, chefe de economia para Brasil do Bank of America.
Já nos EUA, a aposta é que o Fed deve manter inalterados os juros do país na faixa entre 5,25% e 5,50%, sem espaço para surpresas. O mercado aguarda, no entanto, sinalizações da autoridade monetária sobre o atual estado da economia americana, buscando alinhar projeções sobre o início do ciclo de corte de juros no país.
Atualmente, o consenso é de que o afrouxamento monetário deve ser iniciado em junho.
Às 10h20, o Ibovespa 0,58%, aos 127.482 pontos, enquanto o dólar recuava 0,15%, cotado a R$ 4,989.
Na sexta (15), a Bolsa brasileira fechou em queda e terminou a semana abaixo dos 127 mil pontos, pressionada principalmente por forte declínio da Vale, seguindo a fragilidade do minério de ferro no exterior, e pela alta dos juros futuros no Brasil, que impactou especialmente as chamadas “small caps”, empresas menores e mais ligadas à economia doméstica.
No caso da mineradora, que é a empresa de maior peso do Ibovespa, preocupações sobre a demanda chinesa por minério de ferro derrubaram o preço da commodity e, consequentemente, penalizaram as ações da companhia, após siderúrgicas de províncias da China terem pedido cortes na produção de aço.
Nos juros futuros, o que pesou foram dados mais fortes que o esperado sobre emprego e serviços no Brasil, divulgados nesta sexta.
Nesse cenário, o Ibovespa caiu 0,74% e terminou a semana aos 126.741 pontos.
No câmbio, o dólar teve alta e chegou a ultrapassar os R$ 5. A moeda americana terminou o dia em alta de 0,20%, cotado a R$ 4,997, e acumula valorização semanal de 1,26%.
No pico do dia, a divisa à vista chegou a ser negociada em R$ 5,0024 na venda, alta de 0,29%. O dólar havia superado brevemente a marca R$ 5 na segunda-feira (11), e, antes disso, a última vez em que havia cruzado esse patamar fora no início de fevereiro.