Dilma nega ter mandado calar Delcídio do Amaral
A iniciativa do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de conversar com um assessor do senador Delcídio do Amaral (MS), revelada em delação premiada do senador, irritou profundamente a presidente Dilma Rousseff, que exigiu explicações públicas do ministro e divulgou uma nota rejeitando com “veemência e indignação” a tentativa de vinculá-la ao caso.
Ao ouvir as informações de que Mercadante havia sido citado na delação de Delcídio como tendo oferecido recursos financeiros e ajuda jurídica para evitar a colaboração com a Justiça, Dilma ficou atônita, informaram as fontes do governo.
Furiosa, segundo as fontes, a presidente mandou chamar o ministro para pedir explicações e só se acalmou um pouco ao ler, junto com ele, a degravação da conversa entre Mercadante e o assessor de Delcídio responsável pelas gravações, José Eduardo Marzagão.
Na conversa, a presidente disse ao ministro que ele não deveria ter se metido com isso, não deveria ter aceitado falar com Marzagão e que ele havia criado mais um enorme problema para o governo. Mesmo mais calma, segundo as fontes, exigiu que Mercadante desse explicações rápidas e públicas e deixasse claro que ela mesma não tinha conhecimento do que chamou, na nota, de “iniciativa pessoal” do ministro.
O fato de a delação ter omitido várias partes da conversa gravada – especialmente aquelas que Mercadante repetiu à exaustão na sua entrevista, em que afirmou que não iria interferir na delação do senador– levou o governo a acreditar que o estrago não seria tão grande.
O ministro afirmou em entrevista que sua conversa com assessor de Delcídio foi um gesto pessoal de solidariedade ao senador e negou que tenha tentado impedir a delação do ex-líder do governo no Senado.
Mercadante negou também que tenha feito qualquer oferta de ajuda financeira a Delcídio, e ressaltou que a presidente Dilma Rousseff não tem nenhuma responsabilidade na sua conversa com o assessor do senador.
Fonte: MSN