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Marília
sáb. 16 dez. 2023
CRISE

Justiça agenda nova audiência após mais um pedido para desocupar CDHU

Reunião busca uma conciliação para evitar uma tragédia anunciada, após parte de um dos blocos cair.
por Marcelo Martin
Defesa Civil teria colocado faixas para que moradores não se aproximem de local crítico no prédio (Foto: Divulgação)

A Justiça de Marília agendou uma audiência presencial, na tarde da próxima terça-feira (19), com objetivo de resolver a situação de risco de vida em que se encontram os moradores do Conjunto Habitacional Paulo Lúcio Nogueira, popularmente chamado de CDHU, na zona sul de Marília. A decisão foi expedida nesta sexta-feira (15).

Na medida, o juiz Walmir Idalencio dos Santos Cruz, da Vara da Fazenda Pública de Marília, ressalta que o caso ganhou recentes contornos dramáticos, com a queda de parte de estrutura de concreto de uma das edificações. “Os recentes acontecimentos só reforçam a necessidade de tramitação célere e prioritária desta ação civil pública”, afirma o magistrado.

Foi determinada a intimação da Prefeitura de Marília, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Foram convocados ainda representantes da Comissão Regional de Soluções Fundiárias e de Vistoria Técnica e dos moradores do local.

Estrutura do bloco G2 cedeu na última quarta-feira (13) (Foto: Divulgação)

No despacho, o juiz reconhece que o recente laudo pericial, feito pelo núcleo de engenharia do Centro de Apoio Técnico à Execução (Caex) do MP-SP, atesta grave risco estrutural e perigo de ruína das edificações. Diz ainda que já havia considerado também o perigo no início do ano, decretando interdição cautelar.

No entanto, o magistrado afirma que uma decisão em segunda instancia, o chamado acórdão, do Tribunal de Justiça do Estado São Paulo (TJ-SP), que deu ganho de causa para a CDHU, o impede de decretar novamente a interdição, sob pena de ofensa à autoridade hierárquica. A segunda instância da Justiça paulista reconheceu que o problema nos prédios é por culpa exclusiva dos próprios moradores, que não cuidaram e nem fizeram a manutenção adequada do local durante anos.

O objetivo da reunião é tentar mais uma vez uma conciliação. “Ao menos para que as famílias possam ser retiradas temporariamente do conjunto habitacional e alojadas de forma condigna e para que se possa evitar a ocorrência de tragédias e perdas de vidas humanas”, afirmou o juiz Walmir Cruz.

Vistoria realizada nos prédios da CDHU em Marília (Foto: Arquivo/MN)

NOVO PEDIDO DO MP

A intimação para reunião vem após um novo pedido em conjunto da Defensoria e do MP-SP, protocolado também nesta sexta-feira (15). Desta vez, os órgãos entraram com um agravo de instrumento, que é um pedido para reanálise da decisão tomada pelo TJ-SP em relação às responsabilidades das moradias, a mesma sentença citada por Walmir Cruz, que estaria o impedindo de decretar uma interdição cautelar.

Com o efeito da reforma da decisão, caso seja acolhido o pedido, o MP-SP espera que seja determinada a imediata desocupação dos imóveis, assim como fornecimento de assistência técnica pública e gratuita para o projeto de construção e reformas de habitação de interesse social.

Também requer a realocação temporária de moradores para local seguro até a realização de obras urgentes, devendo a Prefeitura arcar com todos os custos de remoção e moradia dos moradores, durante o período que se fizer necessário.

Incêndio vitimou uma mulher de 55 anos (Foto: Divulgação)

PREFEITURA PEDE AÇÃO CONJUNTA

O MP argumenta que, segundo o artigo 23 e do artigo 182, ambos da Constituição Federal, seria dever dos municípios, além do saneamento básico e da melhoria das condições de habitação, realizar a fiscalização de quaisquer ações que ofendam a ordenação urbana ou ignore os comandos legais urbanísticos que vigem na cidade.

Essa não é a primeira vez que o MP-SP faz a mesma solicitação. A Prefeitura de Marília até chegou a oferecer um aluguel social para os moradores, durante outra audiência de conciliação em março deste ano, mas também já alegou nos autos não concordar com a responsabilização das obras de reforma, entendimento que foi reconhecido pela segunda instância na Justiça. Para a administração municipal, os encargos da má gestão da CDHU não devem recair sobre a população.

Em reunião realizada nesta semana, o prefeito Daniel Alonso (sem partido) e a deputada estadual Dani Alonso (PL) estiveram junto à Defensoria Pública para discutir a situação.

A pedido do MN, a deputada Dani Alonso enviou um posicionamento a respeito do problema que a cidade enfrenta.

“Não basta retirar as famílias de lá. É preciso garantir que o local seja interditado, que portas e janelas sejam seladas para evitar novas invasões. Tem a questão do crime, que domina essa região, o que implica no reforço do Estado. Não dá para responsabilizar um único órgão”, analisa a deputada.

Dani ainda avalia ser necessário um estudo para constatar valores e prazos para eventuais ações. “O direito à moradia é atribuição do Estado e Governo Federal e por isso estamos buscando ajuda de todos os órgãos para que somem forças para resolver. Particularmente é um assunto que me toca pessoalmente e não estou medindo esforços para tentar resolver a situação”, declara.

Prédios correm sério risco de desabamento na zona sul de Marília (Foto: Arquivo/MN)

TARCÍSIO DIZ QUE VAI RESOLVER

Dani Alonso também divulgou um vídeo na tarde desta sexta-feira (15), ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), onde o chefe do Executivo estadual afirma que a questão dos prédios será resolvida.

De acordo com a deputada, toda a situação dos prédios da CDHU foi repassada para o governador, que prometeu interceder para uma solução rápida.

“Eu já trouxe problemas que estamos passando com a CDHU, as moradias em Marília. O governador garantiu que esse problema será resolvido, em conjunto com o nosso município, junto com os esforços do nosso prefeito” diz a deputada.

O governador confirmou no vídeo que está avançando no trabalho em Marília e que os problemas dos prédios da CDHU finalmente serão resolvidos.

“Estamos avançando em Marília. Vamos resolver a questão da CDHU”, afirma o governador.

Local está em péssimas condições (Foto: Divulgação)

DESPEJOS

Problema que se estende há anos pode sugerir grande fragilidade de todo um sistema. Se a Justiça de Marília já não consegue agir, visto que uma instância superior não compartilha de seu entendimento sobre a situação, o Ministério Público e a Defensoria ainda tentam, por todas as vias, viabilizar a retirada dos moradores de lá.

Na última semana, após mais um pedido de desocupação ter sido rejeitado pela Justiça – justamente sob a justificativa de respeito à hierarquia do poder judiciário -, os órgãos solicitaram que os documentos da ação fossem encaminhados ao Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (Gaorp) do TJ-SP.

A medida levantou a questão de possíveis despejos que estariam em vias de serem realizados. Pelo menos um caso já foi identificado pelo Marília Notícia, situação em que a Justiça concedeu a reintegração de posse de um dos apartamentos à CDHU. Os moradores já teriam desocupado o local e a situação segue em análise.

Prefeitura cadastrou moradores para buscar solução (Foto: Divulgação)

NOVA PERÍCIA

O novo laudo pericial apresentado reforça os riscos de desabamento devido às infiltrações, comprometimento da infraestrutura e diversos problemas nos edifícios. O documento já foi inclusive apresentado ao TJ-SP junto ao mesmo pedido rejeitado na semana passada.

“Nota-se a presença de patologias graves agravadas pela ausência de tratamento/manutenção adequada, como infiltrações descontroladas, vazamento de água, afundamento de piso externo e caixas de inspeção, armaduras expostas e desagregação de concreto em lajes e vigas, trincas e fissuras, piso oco, trincas e buracos no piso externo, total ausência de sistema de prevenção e combate a incêndio […]”, consta no documento.

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