Auditoria aponta que Nascimento contratou escola de dança para treinar time de futebol
A Prefeitura de Marília instaurou nesta quinta-feira (7) um processo administrativo com possibilidade de punição contra uma escola de dança da cidade, devido ao possível envolvimento da empresa em uma série de supostas irregularidades cometidas em conjunto com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Juventude (Selj), durante a gestão do atual vereador e presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nascimento (PSDB), entre 2017 e 2020.
O processo administrativo contra a empresa, publicado no Diário Oficial do Município de Marília (Domm), foi aberto com base em auditoria promovida pela própria Prefeitura, onde entre diversos assuntos, trata sobre o pagamento de empresas e associações para realizarem treinamento de equipes municipais em diversas modalidades esportivas.
Um dos contratos chamou especial atenção da auditoria devido ao fato de uma dessas empresas, mais especificamente uma escola de dança de Marília, ter supostamente prestado serviços na preparação do time municipal de futebol para disputa de campeonatos amadores. A escola teria recebido irregularmente R$ 8 mil em 2019.
Em seus argumentos, a Prefeitura afirma além de ser um ‘absurdo’ uma escola de dança ser contratada para treinar atletas de futebol, a própria Selj já possui corpo técnico para preparação dos jogadores.
O poder público ressaltou ainda que a Selj possui parceria com o Marília Atlético Clube (MAC), incluindo estádio para jogos, treinamentos e preparação física. Disse também que o MAC representa o município em competições oficiais e jogos regionais na modalidade de futebol.
O contrato de R$ 8 mil é só uma pequena parte de uma lista que chega a R$ 166 mil em valores da época e que, atualizados com juros e correções da inflação, somam hoje R$ 303 mil. Ao todo, oito associações e empresas foram beneficiadas.
O maior fatia paga a uma única empresa foi de R$ 47 mil, para o treinamento de atletas do tênis de mesa no exercício de 2018 e 2019. Segundo a auditoria, em relação a este contrato haveria uma situação grave de suposto conluio com Nascimento, secretário na época, pois a associação tinha sua sede no mesmo endereço da Selj.
Ainda de acordo com a auditoria, o gestor não teria feito relatório que comprove a execução dos serviços ou mesmo processo de licitação ou dispensa para contratação das empresas e associações. Desta forma, a Prefeitura considerou que houve desvios de recursos.
O Marília Notícia procurou, mas não conseguiu fazer contato com as empresas citadas.
INVESTIGAÇÃO
O MN já havia divulgado que a auditoria acusa Nascimento de chefiar quadrilha que atuava no Esporte e o total do prejuízo aos cofres públicos apurado pode chegar ao montante de R$ 2.775.265,40.
Dentre as irregularidades apontadas estariam desvios de valores de taxas de inscrições de atletas em competições, pagamentos de notas frias, superfaturamento de serviços contratados, dispensas irregulares de licitações, gastos proibidos com publicidade e até repasses ‘fantasmas’ de bolsa-atleta.
OUTRO LADO
Segundo Eduardo Nascimento, essa auditoria particular é “fajuta” e quem a assina não teria qualificação técnica para fazer os apontamentos nela constados.
“O departamento jurídico está analisando os documentos e reunindo as provas necessárias para desmentir esta armação política. O documento que envio, serve de base para comprovar que o que estamos dizendo é a verdade. Ou parte dela. A não ser que esta declaração do próprio prefeito Daniel Alonso, seja falsa. O que não acreditamos ser”, afirma Eduardo.
O documento citado pelo vereador é um atestado de legalidade na prestação de contas da Selj, durante gestão de Nascimento, que foi assinado por Daniel Alonso.
O MN procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura para pedir um posicionamento quanto à comprovação e aguarda resposta.
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