Caso de multa na zona azul termina na polícia e usuários reclamam de serviço
Uma cobrança de zona azul terminou com registro de um boletim de ocorrência na manhã da última sexta-feira (20), na região central de Marília. O caso é mais um entre os inúmeros problemas registrados na operação deficiente da empresa Rizzo Park em Marília.
Uma motorista de 35 anos contou que parou o seu veículo na avenida Sampaio Vidal, em frente a uma agência bancária, por volta das 9h30, ocasião em que percebeu que um funcionário da empresa Rizzo Park realizaria a cobrança da zona azul. Ao descer, teria questionado sobre a tolerância de 15 minutos para a realização da cobrança.
A mulher multada afirmou que teria entrado no banco e percebeu que outra funcionária da Rizzo se aproximou do veículo e colocou uma notificação no vidro. Nervosa, ela saiu imediatamente da agência, amassando a multa e jogando o papel no chão.
A motorista contou que entrou em seu veículo e a funcionária da Rizzo Park teria se alterado, passando a desferir socos contra o vidro do automóvel, bem como tentado abrir a porta. Ela também teria sido ofendida por diversos nomes e decidiu ir até a empresa para fazer uma reclamação.
No momento em que estava no local, a funcionária teria chegado bastante alterada, proferindo novas ofensas. A alegação da fiscal da Rizzo é de que foi agredida pela motorista, versão negada pela mulher multada.
RECLAMAÇÕES
O serviço prestado pela Rizzo Park em Marília tem sido alvo de constantes reclamações dos usuários. Falta de cobradores, totens que não funcionam e aplicativo com problema, são algumas das principais queixas de quem estaciona o veículo no centro da cidade.
A advogada Tatiane Cristina contou que precisou pagar pela zona azul para uma funcionária que efetuava a cobrança, mas recebeu a informação de que o serviço não aceitava o pagamento por pix e nenhum tipo de cartão de crédito ou débito.
“Ela disse que só poderia receber o pagamento por dinheiro, mas nem ando com dinheiro no bolso. Quis pagar com cartão e com Pix, mas disse que não podia aceitar. Ela indicou para eu ir até um totem realizar o pagamento por ele, mas quando cheguei lá, não estava funcionando, pois estaria sem bateria. Então encontrei outro funcionário, que disse que podia sim receber por Pix e finalmente consegui pagar, mas não foi fácil”, conta a advogada.
Muitos usuários também reclamaram de uma mudança no aplicativo da Rizzo Park. A opção de deixar um crédito no app, com o valor do estacionamento rotativo sendo descontado pelo cobrador, deixou de funcionar sem que houvesse qualquer comunicação por parte da empresa.
“Eu sempre coloquei crédito e eles faziam a cobrança. Não avisaram nada e mudaram isso. Eu tinha crédito, acreditei que eles fariam a cobrança, mas fui multado. Não foi só comigo. Muita gente está passando por isso. O problema é mudar essa forma de cobrança e não avisar”, afirma um motorista que não quis se identificar.
Outro motorista, ouvido pelo Marília Notícia em condição de anonimato, reclamou ser ‘impossível’ encontrar cobradores ou algum totem funcionando. “Você simplesmente não acha ninguém da equipe quando estaciona. O totem e o aplicativo nunca funcionam. Mas quando você sai de perto do carro, aparece alguém para te multar. Parece que ficam na espreita, esperando você ‘descuidar’. Como a gente não pensa que há uma espécie de indústria da multa com esse cenário?”, diz um mariliense.
OUTRO LADO
O Marília Notícia procurou a assessoria da Rizzo Parking. Em nota, a empresa afirmou que a funcionária foi agredida e ameaçada enquanto exercia funções pertinentes ao seu trabalho.
A empresa ressaltou que apenas fiscaliza e organiza o trânsito, tendo como regras e determinações, as decisões através do Poder Público Municipal.
Sobre a tolerância, explicou que é prerrogativa legal e o usuário pode fazer uso a qualquer tempo. Caso opte pela cobrança automática a cobrança é realizada de imediata caso contrato pode ativar o ticket faltando um minuto para completar os 15 minutos.
Sobre os totens distribuídos nas ruas, segundo a Rizzo, possuem consulta ao status de funcionamento de forma remota, além de vários outros canais de auxílio e suporte ao usuário.
“Atualmente contamos com cinco funcionários a mais do que o previsto em contrato para a operação de Marília, porque prezamos pela excelência e qualidade na prestação de serviços no município”, diz a empresa.