Sasazaki segue com futuro incerto e sindicato orienta trabalhadores
Sem receber salários desde setembro, os funcionários da Sasazaki foram orientados nesta terça-feira (17) pela presidência da empresa a aguardarem mais 15 dias em casa, a tempo de que possam receber seus pagamentos, ou não. Conforme apurado pelo Marília Notícia, atualmente a empresa possui cerca de 300 colaboradores.
Em vídeo distribuído à imprensa nesta quarta-feira (18), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Marília e Região, Irton Siqueira Torres, orienta os trabalhadores à rescisão indireta do contrato.
“O funcionário pode e deve, em vez de pedir a conta, entrar com uma ação de rescisão indireta, constituindo advogado”, afirmou. “É o melhor caminho para quem quiser jogar a toalha”, complementou.
O sindicalista afirmou que os trabalhadores poderiam ter entrado em greve desde o último dia 9, após o não pagamento dos salários em até 48 horas, após notificação apresentada pelo sindicato à empresa. Contudo, não aconselhou o movimento.
“Para fazer uma greve numa empresa que está parada e não está produzindo não vai surtir efeito porque o dinheiro não vai sair. Se estivesse produzindo e parassem as máquinas, o dinheiro iria aparecer”, argumentou.
RESCISÃO INDIRETA
A alternativa apresentada pelo sindicato está prevista no artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre as hipóteses de solicitação pelo empregado está o não cumprimento das obrigações do contrato.
Cabe ao empregado o ônus da contração de um advogado para dar entrada em ação de rescisão contratual na Justiça do Trabalho com a apresentação de todas as provas. O desligamento só ocorre após decisão judicial.
Mesmo que deixe a empresa, o trabalhador tem direito a receber férias e 13º salário proporcionais, ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com multa de 40%, saldo de salários e seguro desemprego.
FUTURO INCERTO
Funcionários da Sasazaki ouvidos pelo MN na condição de anonimato relataram um ambiente de desolação após a reunião desta terça-feira (17). A conversa com o presidente Leonardo Sasazaki não teria durado mais do que 15 minutos.
“Todo mundo saiu em silêncio, cabisbaixo. Ninguém teve força para falar nada, porque pensa no próprio emprego. A situação é muito triste”, afirmou uma funcionária. “Ninguém quer que a empresa feche”.
Ainda segundo relatos de funcionários, a empresa informou estar “em busca de investidores para dar continuidade” e de “empréstimos bancários para que possam, ao menos, pagar a folha salarial”.
Atualmente, a Sasazaki estaria com cerca de 300 funcionários. Apenas 10% segue em expediente em funções administrativas e em sistema de rodízio, segundo apurou o MN.
Em nota, a empresa confirmou que “se encontra com atraso no cumprimento do compromisso financeiro com os funcionários” e que a reunião desta terça-feira (17) serviu para “o alinhamento dos cenários e ações”.
“A política de transparência nas comunicações com os colaboradores faz parte da cultura da Sasazaki e tem acompanhado todas as ações da empresa ao longo de seus anos de história”, informou a empresa.
Fundada em 1943, a Sasazaki chega aos 80 anos com futuro incerto. Uma das principais marcas da indústria mariliense, a empresa ainda segue como uma das líderes do segmento de esquadrias de portas e janelas de aço no país.
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