Tarcísio acerta em proposta de ensino técnico em escolas regulares
Apesar de o Estado de São Paulo já contar com dois modelos próprios de ensino técnico, a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) planeja abrir 100 mil vagas em um novo tipo de ensino profissionalizante dentro das escolas estaduais paulistas.
A proposta prevê cursos técnicos dentro da estrutura atual das escolas regulares. As aulas serão presenciais e ministradas por profissionais, que não necessariamente sejam professores, mas atuam na área dos cursos.
Como o Marília Notícia mostrou em reportagem, sete escolas da rede estadual de ensino em Marília e Pompeia poderão conciliar, em breve, a grade curricular comum com cursos de educação profissional.
A decisão de Tarcísio é acertada. O modelo pode aumentar o acesso de mais estudantes a esse tipo de formação, além de preparar jovens para o mercado de trabalho, fornecendo habilidades práticas.
Um dos maiores desafios hoje no mercado de trabalho, tanto para patrões como empregados, é justamente a qualificação profissional. É consenso entre empresários de que a maioria dos jovens hoje tem pouquíssima qualificação.
A medida também pode contribuir para reduzir as desigualdades socioeconômicas, uma vez que oferece oportunidades a estudantes de famílias com menos recursos financeiros.
Obviamente que a implantação de cursos técnicos exige investimentos em recursos humanos e infraestrutura, o que pode ser oneroso para o Estado, mas não é para isso que pagamos altos impostos?
Pessoas contrárias alertam para o risco de o novo modelo comprometer a qualidade do ensino técnico em SP, que é reconhecidamente bom. Mas isso não é justificativa ao meu ver. O governo deve considerar o fortalecimento da parceria com o Centro Paula Souza como uma forma de aproveitar a experiência e o histórico de sucesso dessa instituição na oferta de ensino técnico. A colaboração pode garantir uma transição suave para o novo modelo.
E sinceramente, se esperarmos um ambiente ‘ideal’ para início do modelo, nunca daremos o primeiro passo. Quantas coisas em nossa vida que iniciamos sem arrumar a bagunça que deixamos para trás?
A proposta tem potencial e deve sim ser testada. Ponto para Tarcísio, por enquanto.