Uma pessoa é picada por escorpião a cada dois dias em Marília
Marília vive um momento de aumento nos acidentes com escorpiões, em diversos pontos da cidade. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento já é de 32,3%. Uma moradora do bairro Leonel de Moura Brizola, na zona norte, encontrou oito escorpiões em sua residência só neste ano.
De acordo com Gabriela Oliveira, moradora da rua Francisco de Almeida Saraiva, em menos de seis meses ela encontrou oito escorpiões na residência. Ela afirmou já ter tentado diversos métodos para impedir a presença dos escorpiões, mas nada impediu o retorno. Ela é mãe de uma criança de três anos e reclamou da situação em suas redes sociais.
“Desespero. Já é o oitavo [escorpião] que encontramos em casa, em menos de seis meses. Já tentei os métodos que me disseram, passei veneno embaixo das portas, que estão vendadas. Até então encontrávamos do lado de fora de casa, no quintal, mas agora encontramos dentro de casa, na cortina da nossa sala. Não sei mais o que fazer. Estou preocupada, com medo e angústia”, conta a moradora da zona norte.
Moradora do bairro Palmital, Bárbara Mayara revelou nas redes sociais que seu bebê foi picado por um escorpião há poucos dias.
“Meu bebê foi picado por um na semana passada. Foi desesperador. Realmente o setor de Zoonoses é bem falho ao lidar com essa situação”, conta Bárbara.
Segundo o relato de Marianna Monteiro nas redes sociais, dois escorpiões surgiram em sua casa. Ela se preocupa com a situação, pois possui um bebê de apenas um ano.
“É desesperador. Eu tenho um bebê de um aninho e um [escorpião] estava dentro do guarda roupa dele, em cima da toalha. O outro estava embaixo da máquina de lavar roupa”, diz Marianna.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Marília, foram 127 acidentes com escorpiões entre os dias 1º de janeiro e 16 de setembro, com média de uma pessoa picada a cada dois dias na cidade.
Os números divulgados são 32,3% maiores que o mesmo período do ano passado, quando aconteceram 96 acidentes.
ORIENTAÇÃO
De acordo com Vivian Funai, responsável pela Divisão de Zoonoses de Marília, quando o morador encontra um escorpião, pode comunicar o fato na unidade de Saúde mais próxima de casa, ligar na Divisão de Zoonoses ou comunicar pelo sistema de ouvidoria do município.
“A partir desta informação, o supervisor da Divisão de Zoonoses e os agentes de combate a endemias realizarão visitas no local e nos arredores de onde foi encontrado o escorpião, prestando orientações preventivas para evitar que escorpiões entrem os domicílios. Se existirem demandas de outros setores, o supervisor de Saúde notifica ao setor responsável para sanar irregularidades que possam estar aumentando a incidência”, explica Vivian.
É importante lembrar que, em caso de acidente por picada de escorpião, as crianças abaixo de 12 anos de idade devem procurar atendimento imediato no Hospital Materno Infantil (HMI). “Quanto mais precoce o atendimento, menor a chance de evoluir para gravidade e de que ocorram fatalidades. Os escorpiões acabaram invadindo a área urbana como consequência da urbanização. Precisamos focar em medidas preventivas e orientação de busca de atendimento imediato”, afirma Vivian Funai.
PREVENÇÃO
Não é preconizado o uso de produto químico. Venenos matam não apenas o animal ou vetor que incomoda, mas também pode causar acidentes com animais domésticos e humanos, além do impacto ambiental.
Tanto para área urbana quanto para o campo, as recomendações do Ministério da Saúde para evitar acidentes com escorpiões são manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros (no ambiente rural).
Importante também combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins; preservar predadores naturais como seriemas, corujas, sapos (área rural); limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
Também é recomendado o uso de proteção sob as portas, telas em ralos de esgoto e acessos a tubulações. Móveis, como camas e guarda-roupas, devem ficar afastados das paredes e os moradores também devem observar roupas e calçados, antes do uso.