Falta d’água na zona Norte seca lucro de comerciantes
Além de desabastecer as caixas d’água de dezenas de milhares de moradias, a persistência da falta de oferta do líquido também tem afetado o fluxo de caixa de diversos negócios na Zona Norte de Marília.
Faz cinco dias que os lucros secaram em uma hamburgueria delivery. As torneiras vazias empilharam louças e prejuízos. “A perda é de R$ 2 mil reais em valores líquidos”, afirmou a microempresária Ana Julia Traskini.
O prejuízo estancou a captação de pelo menos 30% de retorno do investimento de quase R$ 6 mil, cuja fonte foram as economias reservadas por ela e o namorado, Sylvian Alice Camaraschi e Oliveira, há apenas dois meses.
“Trabalhar com comida é o sonho dele desde criança. Estudamos muito para abrir este negócio e agora estamos com esta situação”, afirmou Ana Júlia. Sem a principal renda fixa do casal, a empresária tem recorrido a bicos como social media.
No Jardim Lavínia, o proprietário de um bar acumula na pia os copos americanos que aliviam a sede da clientela. “Sem água, não consigo lavar o que suja e, ao mesmo tempo, dar conta do atendimento”, afirmou Waldemar José Modesto.
Apesar do forte calor, que costuma atrair mais frequentadores ao seu estabelecimento, Modesto lamenta a estiagem do movimento verificada nos últimos dias. “A sede é a mesma, mas como servir aqui sem água?”, questiona.
PREVISÃO ADIADA
A hamburgueria e o bar são servidos pela rede de abastecimento do poço P-4, localizado no Jardim Marambaia, e responsável pelo atendimento de dezenas de bairros desta microrregião da zona Norte.
Até o começo da tarde desta sexta-feira (8), o Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) ainda não havia encerrado o serviço de substituição da bomba reserva por outra, com capacidade 30% maior de captação, segundo a autarquia.
A nova previsão era de que os trabalhos estivessem concluídos até as 14h desta sexta-feira (8), segundo comunicado divulgado pela manhã. Inicialmente, o Daem anunciou que o serviço estaria normalizado ainda na quarta-feira (6).
“A medida se fez necessária diante da elevação no consumo a partir deste período do ano, onde as temperaturas, normalmente, se elevam com mais frequência”, informou o Daem, no mesmo comunicado desta sexta-feira (8).
“A autarquia municipal compreende as circunstâncias geradas pela manutenção e relembra que a estiagem de aproximadamente 100 dias ainda produz efeitos drásticos, sendo necessária a cooperação de todos nesta hora”, concluiu.
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