Evento da Acim tem boa intenção mas falha em coisas básicas
A 5ª edição do Connect Acim prometia ser um evento marcante para a promoção do empreendedorismo na região Centro-Oeste Paulista. Com a realização da Associação Comercial e de Inovação de Marília (Acim), as expectativas eram altas em relação às oportunidades de negócio, interações empresariais e exposições de conceitos inovadores. No entanto, apesar da nobre intenção por trás do evento, é imperativo destacar uma série de aspectos que deixaram a desejar e que merecem atenção para futuras edições.
Uma das falhas mais evidentes foi a inadequada distribuição dos espaços destinados aos expositores. A proximidade excessiva entre os stands não só minimizou as chances de destaque para cada expositor, mas também dificultou a interação entre os participantes. A essência do evento, que deveria ser o fomento ao networking entre empresários, foi prejudicada por essa falta de planejamento.
Esse ponto crítico se conecta com a gestão do espaço de alimentação. Os food trucks, que em teoria deveriam promover um ambiente agradável para trocas informais, tornaram-se um obstáculo. O acúmulo de fumaça e o cheiro desagradável em um espaço praticamente fechado interferiram na experiência dos visitantes, dificultando ainda mais o networking informal, que é tão essencial nesse tipo de evento.
Além disso, é válido ressaltar que a programação, apesar de trazer nomes relevantes, pareceu priorizar o aspecto motivacional em detrimento da substância técnica. Enquanto as palestras inspiradoras têm seu valor, a ausência de oficinas e sessões mais práticas e voltadas para aplicação real de problemas, deixou uma lacuna. Afinal, um evento que visa o empreendedorismo deveria fornecer ferramentas concretas para impulsionar os negócios dos participantes. Nota-se que algumas palestras foram sim interessantes aos olhos do público, mas isso foi a exceção e não a regra.
A comunicação pré-evento também teve uma deficiência notável. Muitos marilienses sequer tinham conhecimento da realização do Connect Acim, o que comprometeu a presença de um público mais diversificado e interessado. A impressão deixada foi de que a comunicação se concentrou mais em promover a figura do presidente da Acim do que em efetivamente divulgar as oportunidades do evento.
No que diz respeito ao kit de boas-vindas, é válido reavaliar sua composição. Enquanto os snacks são uma adição agradável, o excesso de materiais de propaganda não contribui positivamente. O kit poderia ser uma oportunidade de agregar valor aos participantes, fornecendo materiais relevantes para seus negócios em vez de encher o espaço com folhetos promocionais.
O evento também ficou aquém das expectativas em relação à inovação. A ideia de inovação não se limita aos palestrantes e temas abordados, mas deve se estender à própria organização do evento e à criação de espaços diferenciados e atrativos. Os patrocinadores, por sua vez, poderiam ter investido um pouco mais na criação de stands que realmente chamassem a atenção e proporcionassem experiências memoráveis.
É crucial enfatizar que, embora estas críticas sejam pontuais, elas são oferecidas com o intuito de incentivar o aprimoramento do Connect Acim. O potencial está claro, e o evento pode se transformar em um marco do empreendedorismo estadual se forem adotadas abordagens mais estratégicas.
Espaços bem distribuídos para expositores, uma programação que equilibre motivação e instrução prática, uma comunicação ampla e eficaz e a valorização do networking informal podem ser os pilares de uma futura edição de sucesso.
O Connect Acim pode ser mais do que uma conferência, pode ser uma oportunidade para os empreendedores locais se conectarem, aprenderem e prosperarem juntos.
A crítica construtiva é um passo fundamental nesse processo, pois é através dela que as mudanças necessárias podem ser identificadas e implementadas. Com dedicação e foco, a Associação Comercial e de Inovação de Marília tem o potencial de criar um evento que verdadeiramente catalisa o empreendedorismo na região.