IBGE aponta que 21% dos imóveis de Marília estão desocupados
Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontam que, das 88.400 moradias registradas em Marília, 18.725 estão desocupadas – equivalente a 21%. Dessa forma, a taxa de ocupação, que é um importante indicador para entender a dinâmica habitacional de uma cidade, é de 2,67 moradores por imóvel.
De acordo com os dados obtidos pelo Marília Notícia, o município possui 235.904 moradores em domicílios particulares. Esse número de pessoas não é a população total de Marília, pois não considera a população em presídios, por exemplo. No total, segundo o Censo do IBGE, a população da cidade conta com 237.629 moradores.
Do total de 18.725 domicílios não ocupados, 13.432 estão vagos e 5.293 são de uso ocasional. Isso significa que 69.675 domicílios estão regularmente ocupados na cidade.
Os imóveis de uso ocasional são aqueles que o IBGE classifica que são ocupados esporadicamente, como chácaras de recreio para aluguel, ou que os proprietários só utilizam em férias ou feriados.
Outro exemplo são domicílios ocupados por estudantes universitários, que utilizam somente durante o período letivo e nas férias retornam para a cidade de origem da família. Pela metodologia do IBGE, eles são recenseados na cidade de origem.
Segundo a presidente do Conselho Municipal de Habitação e Política Urbana de Marília, a arquiteta e urbanista Mariana Valera, ainda é preciso aguardar dados mais completos do Censo 2022 sobre o assunto.
“É importante fazer uma análise sobre esses dados, mas ainda não dá para saber ao certo. Com certeza é um número alto, mas é preciso esperar por mais informações, para saber se são moradias novas ou antigas e sem condições de uso. Temos alguns casos específicos e precisamos nos atentar em vários aspectos e variáveis”, explica Mariana.
O arquiteto e urbanista Luiz Eduardo Diaz revelou que em 2010 já havia a informação de aproximadamente 10 mil moradias desocupadas. Ele acredita que os dados demonstram a necessidade de uma reforma urbana em Marília.
“Se por um lado você tem essa quantidade enorme de imóveis vazios, Marília ainda conta com 19 favelas. É preciso entender quais desses imóveis estão regularizados. Precisa ter uma responsabilidade do Poder Público e Legislativo, para ter uma política pública sobre o tema. Imóvel vazio não gera renda, nem para os eventuais donos e nem para a cidade. Você precisa fazer uma reforma urbana urgente”, analisa Diaz.