Novas regras do Minha Casa, Minha Vida devem impactar marilienses
As novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida entraram em vigor nesta sexta-feira (7) em todo o Brasil, com grande expectativa para novos empreendimentos que devem ser lançados no segundo semestre em Marília, já com os incentivos do Governo Federal. O setor imobiliário acredita em um grande crescimento, com muitas famílias realizando o sonho de ter a casa própria.
As novidades reduzem a taxa de juros para famílias de baixa renda, nas faixas 1 e 2 do programa. Os subsídios para famílias de baixa renda, com renda mensal de até R$ 2.640, na faixa 1, e até R$ 4,4 mil, na faixa 2, passou de R$ 47 mil para até R$ 55 mil.
Também foi ampliado o valor máximo do imóvel por faixa de renda. Assim, para famílias com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil (faixa 3), o valor máximo do imóvel passou de R$ 264 mil para até R$ 350 mil em todos os estados.
De acordo com o economista Benedito Goffredo, existe um enorme déficit habitacional, mesmo com uma grande quantidade de imóveis vazios. Ele explicou que as mudanças beneficiarão um grande número de pessoas em Marília.
“A proposta é contemplar também parte da classe média. O teto do valor de imóveis aumentou, mas também cresceu o subsídio. Isso vai significar um incremento na Construção Civil. São medidas de médio prazo, que vão trazer geração de empregos. É uma mão de obra, infelizmente, sem muita qualificação, mas é preciso um grande número de pessoas para trabalhar”, revela o economista.
O subsídio é uma espécie de desconto aplicado conforme a renda da família e a localização do imóvel. O engenheiro Paulo Henrique Menin, diretor da Menin Engenharia, acredita no crescimento do mercado imobiliário nos próximos anos. A expectativa dele é positiva para o setor, após o início das novas medidas anunciadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
“A expectativa é muito positiva. O Minha Casa, Minha Vida melhorou bastante. Aumentaram os subsídios e certamente teremos a entrada de novos clientes. As medidas foram importantes e chegam para ajudar. Em Marília, o valor foi elevado e as taxas de juros estão mais atraentes. Temos um bom panorama e as mudanças vieram para chacoalhar o mercado imobiliário”, conta o diretor da Menin Engenharia.
Ele revelou que, além do apoio que está sendo dado pelo Governo Federal, o Governo do Estado de São Paulo também promete ajudar, com o programa “Casa Paulista”.
“A expectativa é que os próximos anos tenham aumento na velocidade de empreendimentos e também na valorização dos imóveis. Vivemos um momento muito vantajoso para quem vai comprar um imóvel na planta, com todos esses incentivos”, diz o engenheiro.
Segundo Victor Almeida, presidente executivo do Conselho de Administração da Pacaembu Construtora, o programa continuará a atender a população por meio dos empreendimentos financiados pelo FGTS, como é o caso do empreendimento Residencial Vida Nova Palmital, lançado em março deste ano pela Pacaembu e, atualmente, em desenvolvimento em Marília, com 200 casas.
“O Minha Casa, Minha Vida já tem apresentado um bom desempenho desde sua retomada, com reflexos na melhora da economia, registrando bons números de vendas ao longo do ano. Essas mudanças trazidas pelo governo vão potencializar ainda mais o desempenho do segmento, possibilitando que mais famílias tenham acesso à moradia”, explica Almeida.
Em relação às mudanças nos subsídios e nas taxas de juros, elas foram mais destinadas para as famílias com rendas abaixo de R$ 2 mil. Victor Almeida acredita que as mudanças ainda foram tímidas, especialmente para cidades que já se enquadravam e que já contavam com projetos no MCMV.
“Esse benefício vai ser maior para os municípios e empreendimentos que estavam sendo desenquadrados pela defasagem do programa. Nessas cidades, provavelmente teremos um aumento exponencial na oferta, tanto em municípios pequenos que, por conta do antigo teto, não conseguiam viabilizar habitações para famílias de menor renda, com até dois salários, quanto para municípios que agora poderão desenvolver empreendimentos que vão se enquadrar na chamada faixa 3, com o novo teto de R$ 350 mil”, diz o presidente da Pacaembu.
Ele acredita que, para São Paulo, os principais veículos de habitação ainda serão o faixa 1, com recursos do FGTS, e o faixa 2, também com recursos do fundo. “O governo vem dando claros sinais de que deseja estimular e revitalizar o programa Minha Casa, Minha Vida. A pauta habitacional e todo o seu potencial de criar empregos, gerar renda e oferecer moradias dignas aos brasileiros é cada vez mais uma pauta de Estado que norteia as políticas públicas brasileiras”, afirma Almeida.