Ofertas de quase dez mil vagas animam ‘concurseiros’ de Marília e região
A vida de quem está se preparando para prestar um concurso não é nada fácil. Dedicar horas do dia para ler livros, assistir aulas e pesquisar sobre diversos assuntos não é para qualquer pessoa, mas o esforço e a dedicação valem a pena. Para quem vem estudando há muito tempo para ingressar no setor público, há muitas oportunidades para este ano.
A advogada Heloísa Castilho estuda para carreiras jurídicas. O objetivo dela é ingressar no Ministério Público ou na magistratura estadual. Há quatro anos a profissional vem se dedicando aos estudos, mas precisa dividir a atenção com o trabalho.
“Concilio trabalho e estudo, então o tempo para estudo é menor. Essa é a maior dificuldade. Como sou autônoma (advogada) tem o lado bom e ruim. O bom é que posso administrar da minha forma os horários, sem depender de horário fixo de empresa ou chefia. O lado ruim é que, como não tenho um salário fixo, preciso me dedicar muito para ter renda mensal”, diz.
A conciliação de trabalho e estudo não é fácil. Para otimizar o tempo, Heloísa coloca metas de estudo semanais e mensais. Desta forma, ela estuda todos os dias, mesmo tendo trabalho para cumprir. Em média, a advogada consegue dedicar três ou três horas e meia por dia ao estudo.
“Mas tem dia que estudo cinco horas. Aos fins de semana, quando não adianto o trabalho para a semana seguinte, estudo mais. Os sábados são os dias em que mais estudo, variando entre quatro e cinco horas e meia”, conta Heloísa.
Como foi a primeira da família a se formar em Direito, sem nenhuma experiência, no início começou a estudar para cargos mais simples, para ter a prática jurídica de três anos exigida nos concursos para o MP e magistratura. Heloísa, então, percebeu que estava perdendo tempo.
“Percebi que, para mim, foi perda de tempo. Então, comecei a advogar para ter a prática jurídica e comecei os estudos diretamente para o cargo que almejo. Estudar desta forma tem sido bem melhor”, revela a advogada.
A rotina, que muitas vezes é interrompida por imprevistos do trabalho, funciona bem no sistema de metas que precisam ser cumpridas.
“Meu método é mais a leitura de material, leis e exercícios. Aos sábados, resumo o estudado durante a semana. Aos domingos, exercícios e leitura de informativos e leis. Às vezes assisto videoaulas, mas somente quando não domino nada sobre o assunto, pois preciso assistir a explicação de um professor ou professora do curso”, conta.
Para o empresário e gestor de um curso preparatório para concursos de Marília, Edvaldo Terassi, o momento é de otimismo pelo número de vagas que estão com previsão de serem abertas nos próximos anos.
“Estamos otimistas com a abertura de novas vagas. Alguns cargos estão com maior necessidade de funcionários. Temos que lembrar que o sistema parou por causa da pandemia, não teve nenhum tipo de edital e defasou o número de colaboradores. Agora, a situação é diferente. Aumentaram o número de concursos, abrindo novos editais”, explica Terassi.
De acordo com o empresário, a expectativa é grande para edital do INSS e também na área da Segurança Pública, com concurso para a Polícia Militar de São Paulo, possibilidade de abertura de vagas para o cargo de agente penitenciário e também para novos policiais civis. Além disso, na esfera estadual, são aguardados os editais para Magistratura e MP. A única preocupação é para novas exigências na área de tecnologia que podem surgir nos próximos concursos.
“Devem surgir algumas regras novas e existe a expectativa de criarem novas etapas de editais. Principalmente nessa parte da tecnologia. Eles estão querendo incluir isso nos editais. Ainda não sabemos como isso será cobrado no futuro, já que não tem histórico anterior. Ainda não sabemos como vai ser o critério de avaliação”, conta o empresário.
CONCURSOS PÚBLICOS
O governo federal anunciou novas vagas de concurso para recompor o quadro do funcionalismo, defasado nos últimos anos.
Casos como o atraso da análise de processos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), aumento da fila nos serviços de saúde e desassistência a povos indígenas com redução do quadro da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) mostram essa defasagem.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirmou recentemente que está analisando as demandas por concursos públicos dos órgãos e entidades da administração pública federal.
Para este ano, o MGI já autorizou 9.637 vagas. Quem se interessa pelas vagas do serviço público federal, já pode se preparar ou aumentar o ritmo de estudos. Só no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), serão disponibilizadas 8.141 vagas e, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, serão 814 vagas de nível superior.
O MGI já autorizou também a realização de concurso público para preenchimento de cargos no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Além das vagas do governo federal, os estados e os municípios também realizam concursos para comporem seus quadros de funcionários.