Marilienses exploram o mundo do conteúdo sensual como criadores on-line
O mundo digital tem revolucionado a forma como as pessoas se relacionam e consomem conteúdo, incluindo a indústria do entretenimento adulto. Plataformas como o OnlyFans, Privacy e outras genéricas, permitem que criadores de conteúdo compartilhem fotos e vídeos sensuais em troca de assinaturas, o que pode gerar dinheiro. Em Marília, homens e mulheres têm utilizado essas ferramentas para renda extra.
O número de criadores de conteúdo sensual aumentou consideravelmente durante a pandemia. Com a reclusão em casa, em um primeiro momento, muitos viram no OnlyFans e outras plataformas uma oportunidade de ganhar dinheiro sem sair de casa, ao expor fotos e vídeos íntimos para os seguidores.
Além dos profissionais da indústria do entretenimento adulto, em Marília, pessoas comuns também têm recorrido às plataformas.
Mesmo com a coragem aparente em mostrar o próprio corpo aos que procurarem por esse tipo de diversão, a maioria dos modelos sensuais ainda tem medo de se expor para o público em geral, isso por receio principalmente de julgamento social por causa do trabalho.
“Mesmo não me identificando, não me sinto segura para falar sobre o assunto. As pessoas vão saber que sou eu, por ser muito conhecida. Acho melhor não me expor, pois sei que vou receber comentários e críticas, que ainda não estou preparada para ler”, relata uma mariliense, que produz material para plataforma de conteúdo sensual, que prefere não se identificar.
Apesar da exposição de fotos e vídeos sensuais na internet parecer uma prática social arriscada, as plataformas podem ser encaradas como uma forma segura de monetizar o conteúdo sem se expor publicamente.
Antes de decidir ser criador de conteúdo sensual, Leonardo [nome fictício], de 27 anos, fez um ensaio para registrar a nova fase, com diversas tatuagens e o corpo moldado pelo intenso trabalho na academia. O morador de Marília, então, decidiu recorrer a um fotógrafo, que postou parte do próprio trabalho nas redes sociais. O que não sabia, contudo, era que o post daria repercussão. Aceitação foi tão positiva por parte dos internautas que fez com que Leonardo decidisse ingressar na plataforma Privacy.
“Eu até tentei entrar no Onlyfans, mas como não tenho passaporte, não consegui. Encontrei o Privacy e está se tornando uma boa fonte de renda. Tem cerca de dois meses que estou lá, mas não divulgo de forma aberta. São poucas pessoas que sabem. Toda semana eu faço uma foto ou vídeo sensual, de forma exclusiva para os assinantes”, conta o mariliense.
Leonardo explica que o Privacy é parecido com o Onlyfans, com uma assinatura mensal e valor acessível, com fotos abertas e também exclusivas para assinantes.
“As fotos pagas são mais explícitas. A partir do momento que uma foto comum te gera dinheiro, acredito que esteja valendo a pena. Não vivo disso, tenho um emprego normal, faço isso por hobby mesmo, mas já é um valor que ajuda um pouco. Por enquanto ainda tenho 30 assinantes, mas acho que isso pode aumentar”, afirma o criador de conteúdo.
O aumento do número de pessoas que estão utilizando as plataformas como o OnlyFans e Privacy, em Marília e em todo o mundo, é um fenômeno que reflete a mudança de comportamento das pessoas em relação ao consumo de conteúdo e entretenimento.
O fotógrafo Gui Paiva faz todo tipo de foto, mas tem se especializado em ensaios sensuais. Muitos clientes optaram por seguir o caminho de criadores de conteúdo neste tipo de plataforma.
“Conheço três pessoas aqui de Marília que estão em uma plataforma. Na verdade, conheço até mais, só que algumas trabalham em casas noturnas. Só vou lá e faço as fotos”, conclui o fotógrafo.