Mercadão Nove de Julho mantém vivas tradições marilienses
Para muitos marilienses, passar pelo Mercadão da rua Nove de Julho, no Centro da cidade, é uma tradição já enraizada no cotidiano.
Patrimônio histórico e herança cultural de Marília, o local foi, é e ainda será parte da vida de muitas famílias, que mantêm vivos os hábitos de comprar flores, peixes, produtos orientais e, claro, comer o famoso pastel de ovo – atração quase que turística exclusiva do local.
Quando criança, Sandra Barbosa costumava passear com os pais no então Mercadão Municipal. Hoje, aos 65 anos, ela leva os netos Gabriel, de seis anos, e Guilherme, 8, para olharem os animais. “Toda vez que a gente vem para essa região, eles falam: na volta a gente entra lá, né, vó?”, conta Sandra.
Animados, os meninos chamam a avó para olhar o “Seu Sirigueijo”, personagem animado do desenho Bob Esponja, que encontraram no aquário de um dos estabelecimentos.
Não só para o público, mas os costumes passados de pais para filhos atingem também os comerciantes. Muitos permanecem no mesmo lugar por décadas e já fazem parte da história do município.
Há 33 anos, o pai de Laire Kadena, o conhecido Cica fundou a Fauna Aquarium, loja especializada em peixes ornamentais, suprimentos para aquarismo e pequenos animais. O estabelecimento resiste ao tempo e ainda está no mesmo lugar.
Após o falecimento do tradicional comerciante, a família toca os negócios com o mesmo amor e empenho de seu fundador.
“Ele [Cica] trouxe diversas espécies de peixes para Marília. Foi ele quem popularizou o aquário também. Isso em uma época que o pessoal não conhecia muito bem”, conta Laire.
“Aqueles que compravam com meu pai continuam vindo, assim como seus filhos e netos. Gente mais antiga e mais jovem. Estamos levando a tradição adiante porque a gente cresceu com isso, sabe?”, completa.
Situação parecida ocorre com a proprietária da Florarte, Maria Aparecida Dantas Silva, de 62 anos, que mantém a floricultura em frente à pastelaria há 37 anos.
“Temos clientes que compram com a gente há 30 anos. A maioria das pessoas que frequentam aqui gostam de presentear com arranjos e plantas”, declara Silva.
“Todo mundo se conhece e cresceu junto no Mercadão. Meus filhos brincavam aqui, assim como os filhos do Hélio, da pastelaria Hirata, do Cica”, conta Maria.
Assim, o Mercadão Nove de Julho continua cenário de memórias e lembranças para muitas pessoas que ali passam diariamente, desde 1928, seja para olhar os animais, comprar produtos ou para fazer uma pausa para alimentação.