Convênios tornam Marília destaque na busca por mais acesso
Marília está no caminho para se tornar uma cidade cada vez mais acessível para pessoas com mobilidade reduzida. A região central, por exemplo, já conta com grande número de guias rebaixadas e piso tátil implantado em diversas calçadas.
Parte do programa “Cidade Acessível”, o município recebeu mais de R$ 830 mil em convênios estaduais nos últimos anos apenas para a finalidade.
Só neste mês, foram publicados no Diário Oficial do Município de Marília (Domm) pelo menos três contratos relacionados a investimentos em acessibilidade.
Conforme noticiado pelo Marília Notícia, os últimos repasses do Estado, através da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, garantiu transporte adaptado gratuito para a população.
Dessa forma, a cidade já prevê transporte público para pessoas com deficiência, usuários de cadeira de rodas e pessoas com mobilidade reduzida ou em processo de reabilitação, através de vans adaptadas. O projeto avaliado em R$ 702 mil é administrado em parceria entre as secretarias municipais dos Direitos Humanos e da Saúde. A data prevista para início do serviço é a partir de 2 de maio.
Em contrapartida pela cooperação, Marília passou a integrar o programa “Cidade Acessível”, assumindo o compromisso de implementar medidas de acessibilidade para a população.
Convênio publicado recentemente também trata da transferência de equipamentos para instalação e implantação de playground adaptado, com valor total de R$ 136.355,19. Desses, o Estado ficou responsável pelo envio de R$ 102 mil, enquanto os outros R$ 34.355,19 ficou sob responsabilidade do Executivo, para adequação do local.
No âmbito esportivo, a parceria com a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, que garante a transferência de equipamentos destinados à instalação de academia ao ar livre, no âmbito do Projeto “100% Esporte para Todos”, também acolhe demandas de pessoas com mobilidade reduzida, pois conta com aparelhos adaptados.
No passado, de acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura, pelo menos outros três contratos já foram executados para construção de rampas de acessibilidade em diversos pontos da cidade. O investimento total realizado ultrapassa R$ 1,1 milhão.
DEMANDAS
Para o presidente da Associação de Apoio à Pessoa com Deficiência (Aadef), Ângelo Zanotto, Marília já apresentou avanço na questão, apesar de ainda enfrentar alguns problemas, como a maioria das cidades do Brasil.
“Estamos caminhando, lutando e tentando colocar acessibilidade no maior número de locais. Apesar de todo o esforço, sempre tem algo para fazer. O Centro é mais acessível, mas quando você vai para os bairros, alguns ainda contam com acessibilidade, enquanto outros precisam de mais atenção”, afirma.
O Marília Notícia conversou com duas mulheres que possuem deficiência visual na cidade. Elas estavam caminhando pela avenida Rio Branco, próximo ao Teatro Municipal Waldir Silveira Mello. Maria Rosa diz que ainda existem locais pouco acessíveis na cidade.
“Temos prédios que ainda não contam com acessibilidade. Aqui no Centro, por exemplo, existe o piso tátil, mas como o piso ao lado é muito áspero, nós encontramos dificuldades para identificar rapidamente a direção. Gostaria muito que a situação fosse melhor, principalmente no terminal”, revela.
Na companhia da mãe, Maria Clara estava aprendendo a andar com a bengala. Trata-se de um momento importante, em que ela está começando a explorar os lugares. Por enquanto, ainda precisa contar com o auxílio de alguém de confiança.
“Ali no teatro, o piso é mais fácil. Quando tem mato ou buraco, atrapalha bastante. Moro no Jardim Fontanelli e lá falta bastante acessibilidade”, diz Maria Clara.
Destaque na busca por maior acessibilidade, Marília segue firmando convênios e parcerias a fim de melhorar a mobilidade urbana aos moradores que necessitam de dispositivos do tipo. A expectativa é que os equipamentos sejam descentralizados e passem cada vez mais compor os bairros da cidade.