Servidores mantêm ato mesmo com proposta de 6%
Membros da Prefeitura e vereadores definiram na manhã desta quarta-feira (12) o reajuste salarial de 6% e aumento de 10,93% no vale-alimentação para os 5.531 servidores públicos municipais, válidos também para aposentados do Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm).
O Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços Públicos do Município de Marília (Sindimmar), no entando, afirmou desconhecer a proposta, já que a mesma foi estabelecida sem discussão e/ou participação da categoria. Uma comissão de servidores foi formada para realizar a negociação da Campanha Salarial 2023, porém, nenhum integrante do grupo participou da reunião.
O índice reivindicado pelos trabalhadores é de 25%, que seriam referentes às perdas salariais do governo, além de 40% no vale-alimentação. Diante disso, a paralisação geral anunciada para a próxima segunda-feira (17) está mantida.
A administração alega que o reajuste proposto pelo Executivo chega a quase dois pontos percentuais acima da inflação do período. De acordo com texto publicado no site oficial do município, o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegaria a 4,65%, enquanto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a 4,36%.
“Propomos o reajuste de 6%, que repõe as perdas dos últimos 12 meses, e ainda agrega quase dois pontos de ganho real”, afirma o prefeito Daniel Alonso (sem partido). O chefe do Executivo declara ainda que a proposta de aumento salarial é datada de 1º de abril, o que significa que, uma vez aprovada pelo Legislativo, os valores serão aplicados na próxima folha de pagamento, em maio.
“Para o vale-alimentação, autorizamos um aumento de 10,93%, passando dos atuais R$ 550 para R$ 610. Aos aposentados, que recebem o subsídio de caráter indenizatório a título de assistência médico-social – que popularmente chamamos de auxílio-saúde – estamos autorizando um reajuste de R$ 100, passando de R$ 360 para R$ 460, a partir de 1º de abril”, explica Alonso.
Especificamente para o auxílio-saúde, o aumento chega a 27,77%. O Projeto de Lei com a nova política salarial foi protocolado na Câmara Municipal e ainda deve ser apreciado pelos vereadores em plenário. A análise, no entanto, não tem data para ocorrer.
LICENÇA-PRÊMIO
Durante a reunião, o chefe de gabinete Levi Gomes ainda destacou que o pagamento de licença-prêmio, que é um benefício exclusivo aos servidores municipais do depósito de um salário referência da ativa a cada cinco anos trabalhados e que, atrasado desde 2007, hoje encontra-se em dia.
“Pagamos as licenças-prêmios rigorosamente dentro do prazo. Além do vale-alimentação, cada servidor recebe uma cesta de alimentos com quase 40 itens alimentícios de primeira necessidade, como arroz, feijão, proteína, farinha, que totaliza benefício indireto de R$ 340”, afirma Levi.
LEGISLATIVO
No mesmo dia, um encontro entre vereadores e o Sindicato dos Servidores da Câmara definiu o reajuste anual do dissídio coletivo de 2023 em 10%.
Apesar do pleito para este ano ser de 21,57%, devido ao índice inflacionário acumulado dos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022, o sindicato aceitou a proposta.
“No ano passado, o reajuste foi de 4%, porém, a alíquota previdenciária aumentou 3%. Ou seja, nossa reposição foi de apenas 1%. Entendemos que a possibilidade do Legislativo é de recuperação de perda salarial gradativa e, por isso, após ouvirmos os servidores, aceitamos a proposta de 10%, que já elimina metade da nossa defasagem salarial”, relata Fernando Muta, presidente do sindicato dos servidores da Câmara Municipal.
O Projeto de Lei Complementar de reajuste dos servidores do Legislativo deve ir à votação pelo plenário na próxima segunda-feira (17).