Quem disse que o cinza é feio?
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol, disse Fernando Pessoa. Ambos existem; cada um como é.
Penso que gostar de chuva é uma forma de celebrar a natureza e reconhecer que somos parte dela. Quando cai fina e mansa, vejo a oportunidade de se conectar com o mundo e encontrar paz. Já a tempestade, com raios e trovões, traz a potência e a beleza inerente ao poder dos céus. Cada um como é.
A chuva tem um jeito especial de nos fazer refletir, nos fazendo sentir pequenos diante da imensidão. Ela nos convida a desacelerar, a deixar de lado a pressa do dia a dia e curtir o momento presente.
Quem disse que o cinza é feio? Faz bem apreciar a beleza sutil do mundo que nos rodeia. Que tal hoje você notar a delicadeza das nuvens que dançam no céu, criando formas e desenhos que mudam a cada instante?
A beleza e a melancolia, essa particularmente uma característica de um dia chuvoso, são dois conceitos que, apesar de parecerem opostos, estão intimamente ligados filosoficamente. Ambos são elementos que nos fazem refletir sobre a vida, sobre a condição humana e sobre o mundo ao nosso redor.
Eu sei, eu sei. As vezes a chuva rasga a carne, já diria Mano Brown. Principalmente para aqueles que não tem um teto. Mas as vezes purifica também. “Quem deseja ver o arco-íris, precisa aprender a gostar da chuva”.