Cães são resgatados de supostos maus-tratos no Centro
As ONGs Spaddes e Frida resgataram dois animais de supostos maus-tratos nesta terça-feira (28), no bairro Alto Cafezal, no Centro.
Uma das entidades teria recebido diversas denúncias informando que dois animais, sendo um deles filhote de apenas cinco meses, estariam sofrendo maus-tratos pelos moradores de uma residência localizada na rua José de Anchieta.
Segundo a ONG, a denúncia anônima informava que no local os dois animais eram espancados pelos tutores. Tudo teria sido registrado e gravado por áudio pelo denunciante.
De acordo com a entidade, nos áudios, é possível escutar uma mulher dizendo “eu acabei de limpar aqui, seu d***, e você vem mijar aqui”. Logo na sequência, ouve-se gritos do animal que estaria sendo agredido pela mulher.
Conforme a ONG, em outro áudio, é possível notar que o animal está sendo agredido, pois grita bastante e uma voz masculina fala “quero ver alguém vir aqui reclamar”.
Diante das provas que teriam sido apresentadas, as equipes das ONGs estiveram no local com o apoio da Polícia Militar.
No endereço foi encontrado um casal de jovens que franqueou a entrada no imóvel. No quintal da residência foram localizados dois animais – um filhote macho sem raça definida e uma fêmea de aproximadamente três anos da raça Shihtzu.
A ONG relatou que a fêmea apresentava algumas lesões e hematomas pelo corpo. O filhote também tinha alguns hematomas.
Questionado pela ONG, o morador teria confessado que teria agredido o animal, mas não ao ponto de espancar. Os voluntários pediram que o homem se aproximasse dos cachorros para ver qual seria a reação e, com muito medo, eles chegavam a deitar.
O acusado disse que a voz da mulher que aparece em um dos áudios seria de uma prima, que não mora mais em Marília.
A Polícia Militar Ambiental também esteve no endereço e constatou os ferimentos em um dos animais.
O jovem acabou sendo autuado pela Ambiental com uma multa de R$ 3 mil. O casal foi conduzido pela Polícia Militar até a Central de Polícia Judiciária (CPJ) e foi liberado após ser ouvido.
A prima apontada pelo morador foi incluída no Boletim de Ocorrência como autora e o novo endereço dela será levantado pela Polícia Civil para que ela possa ser ouvida.
Os animais foram recolhidos pelas ONGs e encaminhados para tratamento médico veterinário. De acordo com a ONG, não foi feita a prisão em flagrante, pois os animais não teriam sido agredidos na data da diligência e, por isso, não configura o flagrante.
A Polícia Civil elaborou BO de maus-tratos e deve investigar o caso. Caso os autores sejam indiciados, poderão pegar pena de dois a cinco anos de reclusão.