Mariliense escapa do litoral Norte de SP e relata destruição após chuvas
A mariliense Bruna Tupy de Aguiar, de 36 anos, acompanhou de perto a tragédia no litoral Norte de São Paulo, causada por tempestades neste último fim de semana.
Com mais três amigas, a bacharel em direito resolveu aproveitar os dias de Carnaval para alugar uma casa na Praia de Camburi, em São Sebastião.
O grupo chegou à cidade litorânea na manhã de sexta-feira (17). Entre sábado (18) e domingo (19), Bruna conta que passou um dos piores momentos da vida.
“Acordamos de madrugada com a chuva. Estávamos em um sobrado e a parte de baixo ficou completamente inundada, com água até a cintura”, relata a mariliense. De acordo com ela, todos os móveis foram perdidos.
“A sorte é que conseguimos nos abrigar na parte de cima, onde ficamos ilhadas por praticamente 24 horas, sem energia e sinal de internet”, narra.
Nos dias seguintes, o cenário era de “filme de horror”, conta a moradora de Marília. “Era uma situação de destruição total. Muitas pessoas desabrigadas e desaparecidas, filas de mercados imensas, helicópteros passando toda hora para fazer os resgates”, detalha.
Bruna pontua, que apesar do caos, “presenciei também a solidariedade de todo mundo procurando se ajudar, seja compartilhando comida, energia ou até sinal de wi-fi para que pudéssemos dar notícias para nossas famílias.”
RETORNO
A viagem de volta para casa levou cerca de 16 horas. “Por conta dos estragos, estavam abrindo e fechando a estrada. Não tinha como voltar por Bertioga, então tivemos que subir até Caraguatatuba para seguir para Marília”, conta Bruna.
Apesar do susto, as quatro amigas estão bem. O grupo saiu às 8h desta terça-feira (21) e chegou em Marília na madrugada desta quarta-feira (22), por volta da 1h.
Agora, Bruna Aguiar tenta ajudar através de campanhas para arrecadar itens básicos, como água, comida e roupas. “As pessoas que foram afetadas pelo temporal precisam de doações para conseguirem recomeçar a vida”, destaca.
TRAGÉDIA
As chuvas que devastaram o litoral Norte de São Paulo durante o fim de semana já causaram 48 mortes. Mais de 1.700 pessoas estão desalojadas.
A tempestade que atingiu a região foi a maior registrada em 24 horas na história do país, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Equipes de Marília estiveram no locais para realizar operações de resgate.