‘Agora nós somos sócios’, diz Tarcísio sobre relação com Lula
Eleito com apoio do presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sinalizou nesta quarta-feira, 1º, que apesar de ser de um campo político diferente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não torce para o Brasil dar errado. “Teremos uma relação republicana com o governo federal. Agora nós somos sócios e vamos torcer para o Brasil dar certo”, afirmou, durante o XP Agro Conference, evento realizado pela XP em São Paulo.
Questionado sobre suas pretensões políticas, Tarcísio disse que seu plano é cumprir a missão como governador de São Paulo e que não pretende herdar a liderança do campo da direita no Brasil. “Nunca imaginei ser governador de São Paulo. Cumprirei minha missão se entregar isso. Já cheguei muito mais longe do que imaginava”, disse. “Questionam se vou herdar a direita. Não quero herdar nada. O grande líder da direita continua sendo o presidente Bolsonaro. No dia que chegar governador já virando de costas para o Estado, você está morto. Quero fazer o melhor para São Paulo”, afirmou.
Privatizações
A executivos de empresas do agronegócio e grandes produtores, Tarcísio citou o combate à cracolândia, a expansão do Rodoanel, a privatização do Porto de Santos e a ligação Santos-Guarujá como projetos de foco do seu governo. O governador afirmou que não se pode “jogar para debaixo do tapete” uma medida importante para o Estado e para o País, como a privatização do Porto de Santos, por “questões ideológicas”.
“O governo retira da pauta as privatizações, mas é importante que se tenha o alinhamento das indústrias. A privatização vai melhorar a mobilidade na região, receber cruzeiros, investimentos. É sensacional (o que a privatização pode trazer)”, disse. A manifestação ocorre em meio às sinalizações do governo Lula de não privatizar o complexo portuário ou conceder parcialmente a operação à iniciativa privada.
Segundo o governador, é preciso que a sociedade e o setor do agronegócio “tenham voz”, caso contrário, “assistiremos tudo de camarote”, se referindo ao fato de o governo Lula deixar a pauta das privatizações de lado. “Temos que pautar para não sermos pautados. Se vocês não derem o tom, quem é que vai dar?”, questionou.