Marilienses deixam compras de Natal para as últimas horas
O brasileiro tem a fama de deixar tudo para a última hora. No fim do ano, não é diferente. Muitos marilienses deixam para comprar os produtos da ceia de Natal na antevéspera – e até véspera – de uma das datas mais esperadas do ano. Muitas vezes, a correria faz com que enfrentem filas, não encontrem os itens desejados e acabem até mesmo pagando mais caro pela escassez do que procuram.
A advogada Letícia Adorno é de Cafelândia, mas há alguns anos mora em Marília. A família se reunirá em solo mariliense para comemorar o Natal, mas os planos não saíram muito como haviam planejado. É que pretendiam comprar um barril de chopp, mas decidiram fazer o pedido faltando apenas uma semana para a festa e as distribuidoras já não tinham mais o produto para entrega.
“Meu cunhado ficou responsável por ver isso, mas deixou para a última hora. Ele tentou o contato com várias empresas, mas todas afirmaram que as máquinas de chopp já estavam alugadas para este fim de ano. Um delas contou que possui cerca de 300 máquinas, mas todas já estavam reservadas. Tivemos que mudar os planos. Ele também não encontrou mesas e nem cadeiras para alugar”, conta a advogada.
Em um supermercado na avenida João Ramalho, na zona Sul de Marília, a equipe se preparou para os dois dias mais intensos de trabalho de todo o ano. Para garantir que todos consigam fazer suas compras, o estabelecimento ficou com as abertas nesta sexta-feira (23) até as 22h e no sábado (24), das 7h às 20h. No domingo (25) de Natal todas as lojas da rede, espalhada por São Paulo e Paraná, estarão fechadas.
De acordo com o gerente de inteligência comercial de uma unidade supermercadista, Renan da Silva, essa época do ano sempre é aquecida no volume de vendas e de clientes. Ele explica que muitas categorias de produtos ganham relevância, com o panetone sendo considerado a estrela da festa.
“É um produtos que vem ganhando força como item ao longo do ano. As vendas começam já em setembro. Olhando como um todo, fazemos compras antecipadas, para oferecer aos nossos clientes. Já as aves natalinas só aparecem neste período. Percebemos uma corrida mais tardia aos pontos de venda neste ano”, explica o gerente.
Para Silva, muitos clientes podem ter deixado as compras para a última hora por causa das eleições e da Copa do Mundo. Ele cita esses dois eventos como possíveis responsáveis pelo atraso maior que o habitual.
“O brasileiro deixa muitas compras para a última hora, mas esse ano foi um pouco mais. Na nossa visão, pode ser reflexo da Copa do Mundo. As pessoas ficaram envolvidas com as eleições e depois com os jogos, deixando as compras para mais tarde. O peru, as aves natalinas e o bacalhau foram categorias que apresentavam vendas tímidas, mas que cresceram na semana passada e explodiram nessa semana”, finaliza o gerente.