Profissionais do PA apontam receio com mudança na gestão
Homologados nesta terça-feira (22), os chamamentos públicos para gestão da UPA e PA têm sido motivo de preocupação por parte de alguns profissionais que atuam, principalmente, na zona Sul da cidade.
Com a assinatura do contrato por parte da Secretaria Municipal da Saúde, o Pronto Atendimento da zona Sul deixa de ser gerido pela própria Prefeitura para ser submetido à administração da Associação Beneficente Hospital Universitário (ABHU). Diferente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região Norte, que já é gerenciada pela instituição.
A mudança, contudo, tem gerado insegurança a alguns funcionários ouvidos pelo Marília Notícia. Os trabalhadores revelam preocupação com a possibilidade de redução no número de médicos e enfermeiros, uma vez que é grande a quantidade de pacientes atendidos todos os dias.
“A UPA tem uma média de seis a sete mil pessoas atendidas por mês. No PA da zona Sul são de 12 a 14 mil atendimentos no mesmo período. Está todo mundo perdido. Os contratados da Gota de Leite não sabem se vão ser demitidos. Os concursados não sabem para onde vão. Mas a expectativa de todos é que o serviço vai dar uma piorada, pois vai diminuir o número de médicos, pelo que está no edital. Ainda vai ter aluno no meio”, afirma um profissional que prefere não se identificar.
O trabalhador diz ainda que provavelmente alguns serão reaproveitados, mas que a nova escala deve contar apenas com três médicos durante o dia e dois no período noturno, enquanto a atual dispõe de quatro profissionais das 7h às 1h e dois na madrugada.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, Sérgio Nechar, os concursados serão reaproveitados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Existe um planejamento para que quatro unidades – nas regiões Sul, Norte, Leste e Oeste – façam o atendimento noturno. Esses profissionais concursados da Prefeitura de Marília serão usados neste novo serviço oferecido pela pasta.
“Os funcionários que eram concursados, vamos dividir nos atendimentos das unidades. Com isso, vamos conseguir montar os quatro polos noturnos. Aproveitar esse pessoal para fazer a inauguração dos quatro. O primeiro polo noturno será do bairro Nova Marília, zona Sul, que já passou por uma reforma e está pronto para receber este novo serviço”, afirma Nechar.
O secretário explica ainda que os funcionários que não são concursados serão demitidos, mas podem ser reaproveitados pela ABHU, na UPA e no PA Sul.
“Eles podem ser reaproveitados. A empresa quer que mandemos uma listagem de pessoas que podem ser reaproveitadas nas próprias unidades que já estão trabalhando e vamos fazer isso”, pontua o gestor da pasta municipal.
A assessoria da ABHU foi procurada para responder sobre o início das atividades de gerenciamento e possíveis mudanças nos atendimentos e no quadro de funcionários, mas até o fechamento desta edição ainda não havia respondido.
GERENCIAMENTO
O secretário municipal da Saúde de Marília, Sérgio Nechar, assinou na segunda-feira (21) os contratos do convênio com a ABHU, que vai comandar o PA da zona Sul e a UPA da zona Norte. A expectativa da Prefeitura de Marília é que o gerenciamento passe a ser realizado ainda neste ano.
De acordo com Nechar, uma empresa participante do chamamento público chegou a tentar impedir o encerramento do processo, mas afirmou que o setor jurídico validou a proposta vencedora, garantindo a assinatura dos dois contratos.
“Uma empresa afirmou que o valor era inadmissível, mas a resposta do jurídico é que cada um faz o preço que quiser. O chamamento não pode ser cancelado por isso. Ontem [anteontem] mesmo eu assinei os papeis e já encaminhei para o pessoal do ABHU, que ficará responsável pela UPA da zona Norte e o PA da zona Sul daqui pra frente”, afirma Nechar.
O médico lembra que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também vai passar a funcionar sob o gerenciamento da Santa Casa de Chavantes a partir do dia 1º de dezembro. Nechar destaca que a empresa vencedora do chamamento público queria um aditivo para assumir o Samu, mas que isso foi negado.
“O pessoal veio aqui para reclamar que o valor que estávamos pagando para eles não incluía as negociações que fizemos do dissídio de funcionários, querendo um aditivo contratual, antes mesmo de começar o trabalho. Expliquei que isso não era possível e que faríamos outro chamamento, caso não quisessem, mas já está tudo certo e começam no próximo dia 1º de dezembro”, conclui o secretário.