Pix desbanca outras formas de pagamento em Marília
O Pix – sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central – já soma 26 bilhões de transações desde o lançamento em 16 de novembro de 2020, até setembro deste ano. O levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que a iniciativa já alcança 70% da população “bancarizada”. Os valores transacionados através da ferramenta chegaram a R$ 12,9 trilhões no período.
Desde fevereiro de 2022, o Pix é o meio de pagamento mais usado no Brasil, a frente inclusive dos cartões de crédito. Em Marília, não é diferente, o meio de pagamento também já é o mais usado em alguns estabelecimentos.
A gerente Joelma Calógero trabalha em uma loja de confecções no Centro de Marília. Ela conta que o Pix já é responsável por 80% de todas as vendas feitas, inclusive nos pagamentos do crediário.
“As pessoas estão usando muito o Pix para todos os pagamentos aqui na loja. É bem pouco o dinheiro físico que movimentamos hoje em dia, e isso deixa tudo mais seguro. Antes tinha que ficar indo ao banco para depositar e agora isso é bem difícil. Tenho um pouco de troco, mas nada comparado ao que precisava antigamente. O Pix facilitou muito”, afirma a gerente.
Na floricultura da Maria Aparecida, localizada no Mercadão da rua Nove de Julho, cerca de 30% dos clientes preferem o pagamento pelo Pix. Ela diz que ainda vende a maioria dos produtos no cartão de crédito.
“Hoje acredito que 30% dos clientes pagam com o Pix aqui. É uma ferramenta que estão utilizando muito, mas ainda faço a maior parte das vendas com o cartão de crédito. São poucos que utilizam dinheiro para o pagamento das compras”, conta.
O presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília (Acim), Adriano Martins, explica que a entidade não possui dados exclusivos da movimentação por meio do Pix na cidade, mas que a ferramenta tem alguns pontos que favorecem o comércio, como a transferência direta, sem intermediários ou taxas.
“É uma transferência direta de recursos entre o comprador e o vendedor, sem nenhuma taxa. Esse recurso que seria para uma operadora, é utilizado pelo próprio lojista no investimento do negócio dele. Se tornou um mecanismo tão familiar, que todos utilizam para pagar a quantia que for. Eu mesmo já presenciei um rapaz pagando menos de R$ 3 para comprar uma bebida e depois mais R$ 0,50 para outra compra”, diz o presidente da Acim.
Alguns comerciantes preferem o pagamento por Pix e até pedem isso para os clientes. É que, além de não ter nenhum desconto pela operadora de cartão, o dinheiro cai na mesma hora na conta do empreendedor, enquanto outros meios de pagamento podem demorar alguns dias. A segurança também é apontada como uma das grandes vantagens. Contudo, é preciso cuidado.
Uma vez que crescem as transações do tipo, aumenta também o risco de golpes. Tem sido comum o registro de casos de estelionatos com a modalidade.
Em setembro, as transações via Pix movimentaram R$ 1,02 trilhão, com tíquete médio de R$ 444. Apesar disso, a modalidade TED teve volume financeiro maior, de R$ 3,4 trilhões, graças a um valor médio por transferência também mais alto, de R$ 40,6 mil.