Combustíveis mantêm alta, mas Marília não tem desabastecimento, diz sindicato
Com as paralisações dos caminhoneiros nas rodovias da região, há especulação de como vai ficar o fornecimento de combustíveis em Marília. No trecho da rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333) – bloqueado pelos manifestantes que não aceitam o resultado das urnas -, havia vários caminhões-tanque parados. Mas, por enquanto, não há registro de desabastecimento e nem mudança drástica nos preços na cidade.
Segundo o presidente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Gustavo Cezar Henrique da Silva, ontem pela manhã, não houve problema ao buscar os produtos em Bauru.
“O problema não é só preço. Todo mundo estava vendendo com uma margem irrisória, de R$ 0,20 e R$ 0,30, quando o necessário seria pelo menos R$ 0,60. Com medo do desabastecimento, alguém pode estar repassando alguma coisa. Ainda não sabemos quanto tempo isso vai durar e o que vai acontecer. Ontem de manhã meu motorista conseguiu passar”, explica.
Silva explica que o aumento do preço dos combustíveis tem aumentado gradativamente há algum tempo por causa do preço do etanol, que já subiu mais de R$ 0,30. Como existe uma porcentagem do derivado da cana-de-açúcar na mistura final da gasolina, ela também é afetada.
“O preço tá subindo há algumas semanas. O etanol na última semana subiu mais de R$ 0,30. Quando o etanol dispara, a gasolina acompanha um pouco. O que há de repasse tem um pouco desses reajustes da semana passada. Os usineiros sobem os valores e nós sofremos tanto quanto todos. Por enquanto, o combustível está chegando, mas vamos ver nos próximos dias”, afirma o presidente da categoria.
O supervisor do Procon em Marília, Guilherme Moraes, explica que a orientação é que os proprietários de postos de combustíveis somente repassem o necessário.
“O Procon é o canal para denunciar qualquer situação. Se chegar alguma reclamação, vamos notificar eventuais estabelecimentos que tenham aumentado injustificadamente os preços, pedindo cópias de documentos e uma justificativa. Se for verificado algum abuso, encaminhamos para o Ministério Público (MP), que poderá dar andamento no caso. O preço é livre, mas aumentar sem justificativa é uma afronta à Defesa do Consumidor”, conclui Moraes.