Prefeitura de Marília inaugura Complexo Cultural Braz Alécio
Foi inaugurado na noite desta sexta-feira (28) o Complexo Braz Alécio, com as novas instalações do Museu de Paleontologia e da Galeria de Artes, no Centro de Marília. Um grande número de marilienses e também visitantes de outras cidades foram ao local para conferir a reinauguração.
Para o evento, a Prefeitura de Marília fechou uma faixa da avenida Rio Branco, no quarteirão entre a rua São Luiz e a avenida Sampaio Vidal. No local, várias barracas vendiam produtos feitos por artesãos marilienses.
Também foram instalados brinquedos infláveis e cama elástica em frente ao novo Museu de Paleontologia, para a diversão da criançada, que esperou quase duas horas para finalmente conhecer o interior do Complexo e um pouco mais sobre a história dos dinossauros que viveram na região há milhões de anos.
Um dos momentos mais divertidos, durante a cerimônia de inauguração, foi quando uma mascote de dinossauro surgiu do Museu de Paleontologia, divertindo todas as crianças presentes.
A reforma do Museu de Paleontologia contou com recursos do Governo Estadual, após Marília conquistar o título de Município de Interesse Turístico (MIT), por meio do trabalho da Secretaria de Trabalho Turismo e Desenvolvimento Econômico, em parceria com o Conselho Municipal de Turismo (Comtur).
O paleontólogo William Nava trabalha resgatando fósseis em Marília e região há 29 anos. Ele foi o responsável por várias descobertas que colocaram a cidade como um dos principais sítios arqueológicos do Brasil.
“O nosso museu já era um ponto turístico desde 2004. É o único de toda essa região do Estado e sempre recebeu estudantes, estudiosos e vários grupos de pesquisadores. Hoje o museu tem um nome de peso e vários estudos científicos foram feitos. Dinossauro é ponto turístico em qualquer lugar do mundo e Marília tem muita sorte. Costumo dizer que fazer paleontologia é procurar vida nas rochas. É um trabalho que faço com muita paixão”, afirma Nava.
O prefeito Daniel Alonso (PL) agradeceu a presença dos parceiros que proporcionaram a realização da inauguração e destacou o acervo mariliense, um dos mais importantes do país, que estão expostos no Museu de Paleontologia.
“É uma atração turística e experiência de aprendizado para as crianças. Queremos que todos conheçam a história da nossa cidade. O Museu de Paleontologia é uma forma de compartilharmos com o Brasil e o mundo, para que todos saibam quem somos nós, quais são nossas origens e quem passou aqui antes de nós. É muito importante essa inauguração e acervo, com toda essa interação dos marilienses”, conta o prefeito.
A nova Galeria de Artes recebeu uma exposição de telas do artista plástico Braz Alécio, que dá o nome ao Complexo. Após a inauguração, o público pode curtir o evento “1º Encontro de Cultura e Artes”, com apresentações musicais no espaço entre o Museu de Paleontologia e o Teatro Municipal.
BRAZ ALÉCIO
O Complexo Cultural é localizado no edifício antes denominado com a inscrição e insígnia “Gymnasium”, e recebeu, por meio da Lei nº 8.887 de 02 de setembro de 2022, a nova denominação “Complexo Cultural Braz Alécio” em homenagem ao artista plástico mariliense.
A esposa do artista mariliense, dona Olinda Alécio, participou do evento e agradeceu a todos pela homenagem.
“Braz Alécio foi um homem e um artista de caráter. Honrado e com muita dignidade. O amor que ele sempre devotou a todos os marilienses vai continuar com sua arte. Muito obrigado por tudo que foi feito”, diz Olinda.
Artista plástico, poeta e professor, Braz Alécio nasceu em Marília no dia 20 de junho de 1929, dois meses depois de a cidade ser emancipada.
Filho de Rinaldo Alécio e Aurora Rojo, o mariliense foi o 12° registrado em Marília, sendo um dos pioneiros junto com seus nove irmãos. Acompanhou de perto o crescimento da cidade.
O artista teve infância simples, mas com a arte sempre presente desde a escola, onde desenhava. E foi por causa dos seus desenhos que ele ganhou uma bolsa e aos 17 anos se mudou para São Paulo para estudar no Museu de Artes Plásticas.
Casou-se em 1953 com dona Olinda, com quem teve dois filhos, Adilson e Ruth.
Durante o período que ficou fora de Marília, o artista teve contato com grandes exposições e teve aulas com Candido Portinari, entre outros artistas renomados. Também se dedicou à atividade de arte-educador.
O artista plástico realizou mais de 150 exposições por todo o Brasil e tem telas no exterior, levando o nome da cidade por onde passava.
No ano de 2005, Braz Alécio, parou de ministrar aulas, devido ao fato de ser portador de Alzheimer, uma doença degenerativa, que tem como sintoma mais comum a perda de memória. Ele faleceu aos 89 anos em 16 de janeiro de 2019.
GALERIA DE ARTES
A Galeria Municipal de Artes conta com um amplo espaço destinado a abrigar exposições temporárias individuais ou coletivas de artistas plásticos, escultores e fotógrafos de Marília e de outras cidades, exposições de acervo próprio.
A galeria também possui uma reserva técnica para abrigar o acervo e sala administrativa. Os espaços expositivos contam com climatização e projeto de iluminação próprio para estes locais.
MUSEU DE PALEONTOLOGIA
Inaugurado em 25 de novembro de 2004, o Museu de Paleontologia de Marília foi estimulado pelas descobertas do paleontólogo William Nava, que em abril de 1993 descobriu, no leito de uma estrada vicinal adiante do distrito de Padre Nóbrega, o primeiro fóssil de um dinossauro em Marília, um fragmento de escápula (osso da cintura escapular) medindo aproximadamente 80 cm de comprimento, que pertenceu a um titanossauro.
Os titanossauros foram animais herbívoros, quadrúpedes, que viveram no final do período Cretáceo, entre 66 e 80 milhões de anos. Essa primeira ocorrência de um dinossauro surpreendeu os pesquisadores (até então Marília não tinha nenhum registro efetivo de dinossauros) e mostrou que a região poderia ter potencial para novas descobertas.
Nava deu sequência às escavações ao longo dos anos, e trouxe à luz diversos outros fósseis, não apenas de dinossauros, mas também de pequenos crocodilos. A composição deste acervo propiciou a criação do Museu de Paleontologia e deu à Marília a condição de região rica em vestígios da época dos dinossauros, tendo Nava como seu coordenador e curador dos fósseis encontrados.
Às vésperas de completar 18 anos de sua inauguração, o Museu de Paleontologia de Marília é hoje um espaço científico e turístico conhecido em todo o Brasil.
A obra foi executada pela Construtora EPC, vencedora do processo licitatório. A remodelação do Museu de Paleontologia consiste em novas vitrines para o acervo, iluminação adequada, paredes em gesso, ar-condicionado, sistema de som, adesivos ilustrativos e réplicas de dinossauros, além de tecnologias que foram desenvolvidas pela empresa Sala 33, o que garantirá melhor interação do público com a história dos dinossauros.
A réplica do Dino Titã fica na área externa do museu tem 3,90m de altura por 12m de comprimento, pesa quase 1.000 kg e demorou 120 dias para ser confeccionada. Já a réplica do Abelissauro tem 1,80m por 4m de comprimento e fica dentro do Museu – ela ficou pronta em 90 dias. As esculturas foram confeccionadas pelo paleoartista Anilson Borges dos Santos.
O investimento é de aproximadamente R$ 380 mil e foi garantido através de convênio com o Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turístico do Estado de São Paulo (Dadetur), em razão de Marília ter sido classificada em 2019 como Município de Interesse Turístico. É um recurso do governo estadual exclusivamente para ser aplicado na atividade turística das cidades.