Escolha do novo governador do Estado divide opiniões em Marília
Assim como para a presidência, muitos marilienses ainda estão indecisos quanto à escolha do novo governador do Estado de São Paulo. Mas também há aqueles que estão ligados nas campanhas eleitorais e já definiram os seus votos com antecedência, inclusive com justificativas de sobra.
Faltando pouco mais de 20 dias para as eleições, o Marília Notícia conversou com eleitores dos três candidatos com as maiores porcentagens nas pesquisas para o governo do Estado: Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB).
FERNANDO HADDAD
Ao Marília Notícia, o educador Vinícius Freneda Medeiros afirmou que vai votar em Haddad, em razão de representar um partido de esquerda.
“Eu vou votar no Haddad por ser do Partido dos Trabalhadores (PT). Tem que ser um partido de esquerda, pois com a direita não dá. Pátria e família, todos somos. Só que não essa pátria, e estamos vendo que essa família não é a nossa. Escolhi o Haddad também por estar no PT a maior base de professores e sem eles, não tem como fazer história ou movimento”, disse.
Medeiros também criticou o atraso na chegada das vacinas contra a Covid como um dos fatores para repelir a direita, que comanda o país atualmente. “Você vai contra a ciência e vimos que contra ela, pode levar para o caminho da morte. É muita fake news e muito ódio. Você vai ter que encontrar quem te representa, e o que representa a maior parte da população hoje é o prato cheio. Quero poder pagar pela gasolina e voltar a viajar de avião”.
O educador também defendeu a inclusão. “Eu quero entrar travesti dentro de um avião e ser respeitado. A miséria não pode ser absoluta. Esse bicho papão do comunismo nunca existiu. Tem que incluir. Não dá pra levantar outra bandeira. Se tem alguém que prega contra a inclusão, não é legal”, concluiu Vinícius.
TARCÍSIO DE FREITAS
A professora Dulce Maria Pompe Franco prefere votar em um candidato novo, sem, segundo ela, histórico de corrupção.
“A gente está sempre na mesmice. O passado já deu, já mostrou o que era. Tarcísio é uma pessoa nova, só o conhecemos o trabalho dele como ministro, e nessa parte eu achei excelente. Eu acompanho todos eles, tanto os candidatos de direita como os de esquerda”, afirma.
Segundo a professora, a competência é um fator que deve ser levado em conta para a escolha do voto.
“Se você pegar no Portal da Transparência, você vê como ele conduziu bem o trabalho enquanto ministro. Ele mostrou que é extremamente competente. Não é preguiçoso. E também não vi corrupção. Vi que ele colocou o Exército para trabalhar, e que colocou o povo para trabalhar também. Então o que tenho percebido é que ele é uma pessoa íntegra”, disse Dulce.
RODRIGO GARCIA
A aposentada Maria Isabel da Silva afirmou que tinha dúvidas, mas definiu seu voto em Rodrigo Garcia levando em conta o apoio recebido pelo município.
“Decidi o meu voto há cerca de um mês. Eu acho que o voto é um direito, não um dever, e por isso a gente tem que analisar direitinho as propostas de cada um deles. Eu acompanho muito pelas redes, e sei que ele (Rodrigo) ajudou muito as entidades aqui de Marília”, contou a aposentada.
Maria Isabel também elogiou a postura do governador e candidato à reeleição. “Pelo que eu vejo, ele tem uma postura diferente. Em um debate, ele foi questionado pelo Tarcísio (Republicanos) sobre o seu padrinho (Doria) e respondeu que em política não se tem padrinho. Eu achei ótimo”.
E lembrou de obras conquistadas para a cidade. “Vi que a marginal do Maracá para o Montana foi ele que liberou, e semana passada vi sobre o Hospital da Mulher. Principalmente na área da saúde, ele fez muito por Marília. E são coisas que vão ficar. Gosto da forma simples com que ele fala, e achei muito importante ter se desvinculado do Doria”, disse a eleitora.
PESQUISAS ELEITORAIS
O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes com 36% das intenções de voto, segundo a pesquisa Ipec (antigo Ibope) contratada pela TV Globo divulgada nesta terça-feira, 6.
Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem 21%, e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta a reeleição, aparece com 14%.
Na comparação com o último levantamento, divulgado no dia 30, os três subiram quatro pontos: Haddad tinha 32%, Tarcísio tinha 17% e Garcia, 10%.
De acordo com o levantamento, brancos e nulos somam 10%, e 12% não souberam responder.
Carol Vigliar (Unidade Popular), Antonio Jorge (DC), Elvis Cezar (PDT), Altino Júnior (PSTU), Vinicius Poit (Novo), Gabriel Colombo (PCB) e Edson Dorta (PCO) apresentaram, cada um, 1% das intenções de voto.
Segundo turno
Em eventual segundo turno, Haddad venceria Tarcísio por 43% a 32%. O petista também ficaria à frente de Garcia (42% x 31%). Em um cenário com Tarcísio e Garcia, o governador teria 32% e o ex-ministro, 31%.
A pesquisa Ipec ouviu 1.504 pessoas entre os dias 3 e 5 de setembro em 66 municípios paulistas. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-04493/2022.