Haddad foca em saúde e educação e diz que falta diálogo
O candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fez campanha em Marília nesta sexta-feira (2) em frente ao Camelódromo, no Centro da cidade. Ele esteve acompanhado do candidato ao Senado Márcio França (PSB) e do postulante ao cargo de vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), que participou apenas da agenda marcada na Santa Casa de Marília.
Os candidatos estiveram mais cedo em Ourinhos e depois em Assis. A chegada do trio estava prevista para 16h30, na avenida Nove de Julho, mas houve atraso.
Enquanto aguardavam a chegada dos políticos, militantes do PT tentaram se concentrar na “ilha” próxima ao Camelódromo. Ao som de músicas que exaltavam o ex-presidente e candidato Lula (PT), os animados eleitores petistas começaram a cantar e dançar no local, mas um início de desentendimento por parte cabos eleitorais do PSDB fez com que praticamente fossem expulsos.
Após o princípio de confusão, que envolveu até ameaças, os partidários se concentraram em frente ao Camelódromo. Uma caminhonete passou três vezes pelo local, com bandeiras do Brasil e adesivos que exaltavam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e depreciavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT), buzinando e provocando os petistas. Apesar da provocação, não houve nenhum incidente com o bolsonarista.
Três viaturas da Polícia Militar ficaram estacionadas nas imediações para garantir a segurança do local. O candidato ao Senado e ex-governador de São Paulo, Márcio França, chegou no horário marcado. Ele afirmou a importância de Marília como referência no interior e reclamou da quantidade de pedágios.
“Marília é um polo de referência importante para a indústria do interior, que representa uma região muito grande. É a capital dessa região. Quando se fala em interior, falamos muito de Marília. Eu acho que temos que voltar a ter a força política que Marília já teve. Precisamos gerar empregos e deixar de perder indústrias para outros estados. Isso acontece por uma guerra fiscal travada contra São Paulo. Precisamos ter força para não deixar isso acontecer. Aqui ainda cercaram de pedágios e a cidade ficou refém disso”, afirma França.
Enquanto o tempo passava, aumentava o número de pessoas pelo local. Políticos de cidades da região, como Garça e Vera Cruz, estiveram presentes. O candidato ao cargo de deputado federal, Professor Juvenal Aguiar (PT), aguardava a chegada do companheiro de partido.
Quando Fernando Haddad chegou, por volta de 17h40, as pessoas se amontoaram para tentar uma foto. O candidato ao governo paulista conversou com a imprensa e afirmou que reativará a Nota Fiscal Paulista.
“Em primeiro lugar, vou reativar a Nota Fiscal Paulista, que perdeu 90% do poder que tinha. Ninguém mais ouve falar hoje em dia. Quando é emitida nota fiscal, o governo arrecada mais. Podemos enviar esse dinheiro para entidades filantrópicas, com foco na reestruturação das Santas Casas, que estão fragilizadas neste momento. Vou trazer 70 Hospitais Dia para o interior, com centro cirúrgico para dar vazão a mais de um milhão de procedimentos represados desde a pandemia”, revela Haddad.
O candidato petista também falou sobre educação. Haddad diz que pretende fazer uma reforma no Ensino Médio, caso seja eleito, para que o estudante deixe a escola com uma profissão, já podendo ingressar no mercado de trabalho.
“Eu vou fazer a maior reforma do Ensino Médio da história de SP. Vou pegar o Instituto Federal, o Centro Paula Souza e o Fiesp, com o Sistema S, Senai e Senac, e o jovem paulista vai sair do Ensino Médio com uma profissão. Com um diploma profissional e não apenas do Ensino Médio”, explica o candidato do PT.
Haddad falou em um microfone com os militantes, tirou algumas fotos e em seguida foi para a Santa Casa de Marília. Ainda no Centro da cidade, explicou para as pessoas que devido ao atraso, Geraldo Alckmin já havia se dirigido diretamente para o hospital, para não deixar os que por lá esperavam, tendo que aguardar tanto tempo.
Na Santa Casa, Haddad passou pelos corredores da instituição e foi levado para o auditório, nos fundos do hospital. Geraldo Alckmin falava aos presentes. Márcio França discursou para os funcionários e, em seguida, foi a vez de Fernando Haddad falar. Ele afirmou que atualmente falta diálogo e que isso prejudica o país.
“Divergir não é o problema. O problema é não tentar convergir. Não buscar o entendimento e fazer questão de se manter intolerante em relação à posição do outro. O esforço que fizemos aqui em São Paulo foi de sinalizar ao país que queremos entendimento. Reunimos quase todo mundo que tem experiência, compromisso, que respeita a Constituição, pra buscarmos esse entendimento necessário”, conta Haddad.
Geraldo Alckmin afirmou ser uma grande satisfação retornar para Marília. Ele mostrou conhecimento sobre a cidade, citando algumas de suas características e disse que, junto com Lula, pretende rever a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É sempre muito bom voltar para Marília. Cidade que tem uma agricultura forte e indústria diversificada. É a ‘Capital do Alimento’, uma cidade universitária e um centro de saúde regional. Fizemos questão de vir aqui na Santa Casa, que tem 93 anos e atende o SUS em 70% dos seus leitos. Sabemos das dificuldades e que a tabela SUS está defasada. Hoje você tem prejuízo, mas o presidente Lula tem destacado que vai rever a tabela do SUS e a maneira de financiamento para atender mais e melhor”, diz o candidato ao cargo de vice-presidente.
Os três candidatos deixaram a Santa Casa por volta das 19h30. Eles terão agenda neste sábado (3) em Bauru, Botucatu e Jaú, e só então retornando para São Paulo.