Dívida no comércio atinge mais de 10% dos moradores de Marília
Um levantamento divulgado pela Associação Comercial e de Inovação de Marília (Acim), a pedido do Marília Notícia, aponta que o endividamento das famílias já tirou cerca de R$ 18 milhões de circulação do comércio em Marília nos últimos cinco anos.
Estão cadastrados no município 25 mil CPFs devedores, que são donos de 50 mil dívidas. De acordo com a última estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021, Marília possui pouco mais de 242 mil moradores – o que significa que 10,33% deles estão endividados.
O número é crescente e acaba afetando o comércio de forma geral. No primeiro semestre do ano passado, haviam cerca de 20 mil marilienses inadimplentes, 32 mil dívidas e um saldo devedor de R$ 16 milhões.
“Assim como o consumidor tem as suas fontes de ganho e seus compromissos a pagar, não é diferente com o comerciante. Ele tem o seu fluxo de caixa e seus compromissos, seja com aluguel, impostos (…). Se ele [lojista] tiver um fluxo de caixa muito justo, acaba faltando recursos e compromete o capital de giro da empresa. Com isso, acaba aumentando o custo da operação, e isso repercute na formação de preços e até no quadro de funcionários. O comerciante – de maneira geral – sempre está aberto a uma negociação”, afirma o superintendente da Acim, José Augusto Gomes.
DIFICULDADE PARA PAGAR
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que a renda das famílias tem crescido menos que a inflação e isso provoca um endividamento para as famílias em patamares recordes.
O levantamento aponta que 19% dos entrevistados deixam alguma conta para pagar no mês seguinte, 3% recorrem a ajuda ou empréstimos para quitar os débitos, 2% precisam entrar no cheque especial e 1% paga o mínimo da fatura do cartão e deixa o saldo para depois.
A pesquisa revela que a maioria ainda consegue encerrar o mês com as contas em dia, mas 44% relatam que quase sempre ficam apertados, sem conseguir economizar nada, e apenas 29% dos entrevistados afirmam chegar ao fim de quase todos os meses com alguma sobra em dinheiro.