Marília deixa de ter voto unânime e divide opiniões
Falta pouco mais de um mês para as eleições presidenciais e os marilienses ainda estão divididos quanto ao voto. Para muitos, a opção já começou a ser escolhida lá atrás. Mas há quem deve deixar a decisão para a última hora.
Entre os votos certos, três são as vias de opção para a maioria para trilhar um caminho no Planalto. Contudo, como em todo processo democrático, há quem defenda as mais diversas propostas e diferentes candidatos.
O Marília Notícia conversou com eleitores dos três candidatos com as maiores porcentagens nas pesquisas para a presidência da República: do atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), do ex-presidente Lula (PT) e de Ciro Gomes (PDT).
JAIR BOLSONARO
Ao Marília Notícia, o corretor de imóveis Guimarim Bernardo Silva, de 62 anos, conta que votou em Bolsonaro na última eleição e que pretende manter a escolha no pleito deste ano.
Silva esclarece que a primeira vez que votou no Bolsonaro foi para tirar o Partido dos Trabalhadores da administração do país. Desta vez, garante que a escolha vai ser por convicção.
“Na eleição passada, como a maioria das pessoas, votei no Bolsonaro porque não queria votar no PT. Queria que eles saíssem do poder. Desta vez, vou votar por convicção mesmo. Vejo que a pauta que ele [Bolsonaro] defende está muito mais de acordo com o que eu penso. Sou corretor de imóveis, e um dos programas que eu gostei muito foi o Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa, Minha Vida), que hoje determina que a escritura fique no nome da mulher. Acho muito bacana, porque é uma proteção para a mulher”, comenta.
O corretor reafirma os valores. “Também prezo muito pela família, um valor que o Bolsonaro defende. Com o tempo, fomos perdendo alguns valores, como cantar o hino nacional, por exemplo. Não concordo com 100% das atitudes e das falas dele, mas o que me motivou a escolher meu voto foi a sinceridade dele. Ele não mudou, tem os mesmos princípios e as mesmas falas desde que era deputado. Prefiro uma pessoa rude, mas honesta, do que uma pessoa mansa que não é sincera.”
LULA
Guilherme Nascimento tem 35 anos, é produtor audiovisual, e se considera um eleitor de esquerda. Neste ano, o morador de Marília optou por votar ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A intenção é melhorar a imagem do país no exterior.
“Eu escolhi Lula porque ele é uma figura política importante para o país, e pode melhorar nossa imagem no exterior. Ele [Lula] tem uma política de alimentos (o Conab) que começou a ser extinta desde o governo Temer. Por conta disso, hoje convivemos com a fome e a alta dos preços dos alimentos. O ex-presidente tem uma política voltada à área da cultura, que hoje no Brasil é totalmente discriminada. Ainda é comum ouvirmos que artista é vagabundo e não trabalha”, lamenta.
Para o produtor, outro ponto importante de investimento é a educação. “Sem falar na parte educacional, que está um terror. E a política do Lula tem ótimos planos para essas áreas. Outra questão é que, normalmente, os partidos de esquerda têm políticas melhores para a saúde da mulher também. Eu, como pai de duas meninas, acho isso muito importante. Sempre acabo votando em algum partido voltado para a esquerda, eles visam mais essas áreas que considero importantes.”
CIRO GOMES
Como opção de terceira via para as polarizações entre a esquerda e direita brasileira, o programador Rodrigo Martins, de 40 anos, deve manter o voto da última eleição em Ciro Gomes (PDT).
“O voto não é fácil. É uma decisão difícil. Em 2018, eu decidi que ia analisar as propostas de cada candidato antes de votar. Pensei: vou analisar as propostas e a que eu gostar mais, eu voto. Essa é a única garantia que eu tenho para cobrar depois. Gostei muito do projeto do Ciro e, como nada mudou para 2022, pretendo votar nele de novo”, diz.
Martins aponta a unificação dos impostos como um dos motivos. “Gostei da proposta de unificação dos impostos, com a eliminação de cinco taxas para a criação de uma só. Também gostei muito da proposta de uma nova reforma da Previdência, porque a que passou foi apenas um tapa-buraco. O sistema continua o mesmo, e ele [Ciro] propõe uma reforma do sistema em si. E achei legal que ele pretende fazer todas as reformas nos primeiros seis meses, e abrir mão da reeleição. Achei que é uma proposta de governo bem reformista, pelo menos no papel.”
PESQUISA ELEITORAL
Maior colégio eleitoral do país, o Sudeste concentra mais de 66 milhões de eleitores aptos a votar em 2022, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta parcela importante do eleitorado, a pesquisa EXAME/IDEIA, divulgada nesta quinta-feira (25), aponta uma virada do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas intenções de voto.
De acordo com a sondagem, Bolsonaro tem 46% das intenções de voto, contra 34% do petista, entre os moradores do Sudeste. É a primeira vez em mais de um ano que o candidato à reeleição ultrapassa Lula.
Nas demais regiões, Bolsonaro tem vantagem sobre Lula apenas no Norte (51% x 34%). O petista lidera o pleito em uma sondagem de primeiro turno no Sul (42% x 35%), no Centro-Oeste (46% x 29%), e no Nordeste (62% x 11%).
Já olhando para os números gerais, a distância entre Lula e Bolsonaro caiu de 11 para oito pontos percentuais. É a primeira sondagem com os candidatos definidos após o registro feito no TSE. Em uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados previamente, Lula tem 44% das intenções de voto. Já Bolsonaro saiu de 33% para 36%. O aumento está no limite da margem de erro da pesquisa.
Ainda na simulação de primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) aparece com 9% e Simone Tebet (MDB) com 4%. Os demais candidatos fizeram 1% ou não pontuam. Brancos e nulos somam 2%, e aqueles eleitores que dizem que não sabem são 3%.