Marília ‘ganha’ novo aterro e economiza R$ 800 mil no ano
Pela primeira vez em mais de dez anos, o contrato para destinação do lixo de Marília não prevê custos com o transbordo. Isso porque, desde abril de 2011, quando o aterro municipal na Estrada de Avencas foi interditado definitivamente pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a solução encontrada pelo Poder Público municipal foi pagar para que os resíduos sólidos produzidos no município fossem transportados para outras cidades, como Piratininga e Quatá.
Agora, com o aterro particular da empresa Revita Engenharia (ganhadora da licitação para tratamento e destinação final do lixo) em funcionamento em Marília, são os próprios caminhões da coleta domiciliar que vão levar o lixo doméstico até a destinação, que fica em uma fazenda às margens da rodovia Rachid Rayes (SP-333), perto da divisa com Echaporã.
De acordo com a Cetesb, o início de operação do aterro sanitário ocorreu em maio de 2021. Ainda no ano passado, começou a receber resíduos domésticos de Vera Cruz (distante 17 quilômetros de Marília). Na primeira avaliação das condições operacionais, o órgão ambiental constatou que o aterro se encontrava operando em condições adequadas.
Em fevereiro deste ano, o MN noticiou que a empresa, no entanto, não havia informado a Prefeitura de Marília sobre a operação do aterro – mas já levava os resíduos da cidade para o local. Segundo a Cetesb, na época, o aterro já recebia os resíduos sólidos domiciliares de Marília, Echaporã e Vera Cruz.
Antes disso, o lixo produzido em Marília era transportado pela Revita até outro aterro da própria empresa, localizado em Quatá (distante cerca de 100 quilômetros de Marília).
O primeiro contrato com a Revita foi assinado no final de julho de 2019 pelo valor inicial de R$ 7,8 milhões por ano, com uma previsão de transbordo de 72 mil toneladas por 12 meses. Com os aditivos e prorrogações, o montante chegou a R$ 8 milhões por ano.
Agora, em nova licitação feita sem a inclusão do serviço de transbordo, também vencida pela Revita, o serviço vai custar R$ 7,2 milhões ao ano. Ou seja, uma economia de R$ 800 mil anualmente. A homologação foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (11).
ATERRO
O aterro é chamado de Unidade de Valorização Sustentável (UVS) Revita Marília e possui sistema de impermeabilização de base, com mantas de geocomposto, PEAD e geotêxtil, que impede que haja contaminação do solo e efluentes, garantindo a proteção ambiental.
Instalado em uma área superior a 1,3 milhões de metros quadrados, a UVS conta com estrutura com aterro classe II para disposição de resíduos sólidos e industriais não perigosos, balança para pesagem e controle de resíduos, duas lagoas para armazenamento temporário de chorume e outras duas de sedimentação para captação de água de chuva.
Como perspectiva futura, nos próximos anos, o empreendimento contará com um Parque Multitecnológico para reaproveitamento de resíduos, visando a valorização ambiental da região.
Dentre os serviços do portfólio, a UVS Revita Marília terá central de triagem para separação de valor de materiais recicláveis, compostagem de matéria orgânica para produção de fertilizantes, tratamento do biogás gerado no aterro – que contribui para a redução de emissão de gases poluentes -, Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e Centro de Educação Ambiental, para desenvolvimento de projetos socioambientais de consciência ambiental para crianças e adultos.
O aterro possui cinturão com 180 mil metros quadrados de área verde, entre área de preservação e reserva legal. O intuito é auxiliar na preservação da vegetação e mitigar os impactos, garantindo a preservação ambiental. Também ocorrem no local os monitoramentos ambientais de fauna, flora, água e geotécnicos.
CETESB
Em nota, o órgão fiscalizador informa que “o aterro sanitário da Revita Engenharia S.A. encontra-se em funcionamento desde o mês de maio de 2021. Na mais recente avaliação feita por técnicos da Cetesb, no último dia 3 de agosto, o Índice de Qualidade de Aterro (que reflete as condições operacionais de aterros sanitários) alcançou a nota 9,5, que indica Condições Adequadas de Operação. Atualmente, o aterro vem recebendo os resíduos domésticos dos municípios de Marília, Echaporã, Vera Cruz, Getulina, Ourinhos, Álvaro de Carvalho e Garça.”