Bares e restaurantes reduzem lucro para não perderem clientes
Os proprietários de bares e restaurantes de Marília estão se desdobrando para atrair os clientes. Quase um ano após cessarem as restrições de horários e capacidades, agora é a inflação que tem atrapalhado os negócios. Houve redução na margem de lucro e pouco repasse aos consumidores, mas mesmo assim, houve queda no movimento, já que sobra menos dinheiro no bolso dos frequentadores.
Com o crescimento da inflação, sobra ainda menos dinheiro para o lazer, uma das primeiras coisas que entram no corte de gastos domiciliares. O aumento dos preços atinge a cerveja, mas principalmente os demais insumos dos pratos servidos nos bares e restaurantes em Marília.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou 0,67% em junho deste ano. A taxa é superior ao 0,47% de maio e ao 0,53% de junho de 2021. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao longo dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 11,89%.
De acordo com Marcelo Diniz, proprietário da Cachaçaria Água Doce, foi preciso reduzir até 30% da margem de lucro, que já estava mais baixa, para não espantar os clientes com os preços. Ele relatou que houve aumento de praticamente todos os insumos, buscando alternativas para driblar os reajustes de preços.
“A cerveja aumentou, mas não foi a grande vilã da história, pois os fabricantes aumentam os preços com uma frequência menor. O problema foram os demais itens, que aumentaram acima do índice da inflação. A maioria dos estabelecimentos, ou não quis aumentar, por já não estar vendendo tanto e com medo de subir o preço e vender ainda menos, ou repassou abaixo da realidade. Todos estão com preços represados”, afirma Diniz.
O empresário contou que a maioria dos proprietários de bares e restaurantes não conseguiram reajustar os preços nos valores atuais da inflação, sendo que boa parte dos produtos vendidos tiveram aumentos superiores ao verificado no IPCA. Ele contou que como o preço da cerveja demora um pouco mais para subir, consegue até fazer promoções com as bebidas, diferente de outros produtos, que estão com um valor em um dia e que no dia seguinte já sofreram reajuste.
Diniz revelou que houve uma retomada importante para o segmento do ano passado até agora, mas mesmo com o aumento dos clientes, não consegue atingir o mesmo resultado. Ele explica que é necessário fazer ‘malabarismo’ e pesquisar preços. Os empresários também contam com o apoio do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Marília.
“Hoje o empresário do setor, pessoalmente, trabalha três, quatro ou até cinco vezes mais. Ele precisa ficar de olho nas oportunidades e garimpar preços, para melhorar suas condições e atingir o mínimo de resultados. Estamos também nos articulando com o sindicato e tentando fazer compras em conjunto, em uma quantidade maior, para conseguir um preço mais atrativo”, finalizou Marcelo Diniz.