Rádio completa 100 anos e Marília é celeiro de grandes nomes
No ano em que o Brasil completa 100 anos do início da “Era do Rádio”, Marília – celeiro de grandes radialistas – tem muito o que comemorar. A data festiva vai ser marcada no próximo dia 7 de setembro. Mas as celebrações, diversas inclusive, são constantes desde o dia fatídico.
Na data, em 1922, foi realizada a primeira transmissão oficial no país, no Rio de Janeiro, com o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa. Os aparelhos receptores estavam instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. Apesar de não ser a pioneira, Marília tem tradição e não figura à toa como uma das cidades de destaque.
Fonte de grandes nomes do radialismo brasileiro, o município deu voz a ninguém menos que Osmar Santos, o ‘pai da matéria’ de ‘ripa na chulipa’ e ‘pimba na gorduchinha’. Depois outros igualmente competentes seguiram a história de sucesso – principalmente – na editoria esportiva, inclusive, com destaque nacional, como é o caso do mariliense Gustavo Villani.
Com o surgimento das primeiras transmissões de rádio no Brasil (como a da Rádio Clube de Pernambuco e a do dia 7 de setembro de 1922), apaixonados pelo novo veículo começaram a trabalhar em iniciativas que resultaram nas primeiras emissoras do país. De lá para cá, a trajetória do próprio meio de comunicação se confunde com a de algumas emissoras pioneiras.
A Rádio Clube de Marília teve o seu funcionamento definitivo autorizado no dia 3 de abril de 1936. Foi a primeira estação de rádio da cidade e, em junho deste ano, comemorou 86 anos no ar.
Em 1951, a empresa passou a fazer parte das Emissoras Coligadas, dirigida pelo senhor Ulisses Newton Ferreira. Atualmente, o grupo formado por dez emissoras está presente diariamente na vida de milhões de pessoas.
Quando a Clube já estava consolidada em Marília, em 1953, surgiu a Rádio Dirceu de Marília, fundada por Miguel Leuzzi e Santino Leuzzi, proprietários da Rede Piratininga de Rádio. O slogan “Marília, Símbolo de Amor e Liberdade” surgiu em um concurso promovido pela emissora. Grandes nomes passaram pelos seus microfones, até ela ser lacrada pela Polícia Federal, junto com a Diário FM, em agosto de 2016.
DE MARÍLIA PARA O BRASIL
Marília se notabilizou por exportar grandes locutores esportivos. O maior de todos foi Osmar Santos, revelado na cidade. Com passagens pela Clube e Dirceu, se destacou na Rádio Globo de São Paulo. A voz do narrador marcou o título do Campeonato Paulista de 1977, vencido pelo Corinthians, após anos de jejum. Outra narração lembrada até hoje foi do primeiro título mundial do São Paulo, em 1992, contra o Barcelona, no Japão.
O narrador sofreu um grave acidente de carro em 1994, quando seguia de Marília para Lins, impedindo que continuasse trabalhando como narrador. Desde então, o mais famoso locutor esportivo de todos os tempos se dedica à pintura.
Oswaldo Maciel é outro que passou pelos microfones marilienses e foi fazer sucesso em São Paulo. Com passagens pela Rádio Globo, Record e Super Rádio Tupi, atualmente é um dos principais narradores esportivos da Transamérica, na companhia de Eder Luiz, que também passou pelos microfones marilienses e foi fazer sucesso na capital paulista.
Dirceu Maravilha atuou na Rádio Clube de Marília e Rádio Dirceu, entre os anos 70 e 80. Após destaque em Marília, foi para São Paulo, atuando pelas rádios Difusora de São Paulo, Rádio Tupi AM, Rádio Bandeirantes, Rádio Record e Band News FM.
Nascido e criado em Marília, Gustavo Galvão Villani que hoje figura no elenco da Globo/SportTV também teve passagem pela radiodifusão em diversas emissoras.
Outros vários nomes de Marília fizeram história no rádio pelo Brasil, levando a tradição de formar grandes profissionais, que fazem sucesso aqui, mas que estouram em brilham em todo o país.